Por falta de condições de transporte, em razão do bloqueio de rodovias feito pelos caminhoneiros em greve, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçados de perder o prazo de validade. Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a mortandade animal também já é uma realidade devido à falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração. Neste momento, 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente, de acordo com a entidade.
Pelo último balanço da ABPA, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil. Milhões de suínos também estão ameaçados. A entidade explica que a mortandade animal cria uma grave barreira para a recuperação da produção nas próximas semanas e meses. “As carnes suína, de frango e os ovos, proteínas que antes eram abundantes e com preços acessíveis, poderão se tornar significativamente mais caras ao consumidor caso a greve se estenda ainda mais. O velho fantasma da inflação poderá assombrar o país, pelo menos até que ocorra o restabelecimento da produção”, lamenta a ABPA em um dos trecho de carta aberta divulgada à imprensa.
A Associação Brasileira de Proteína Animal lembra que o desabastecimento de alimentos, que tem impactado também os supermercados, ocorre porque milhares de toneladas de carnes e outros produtos deixaram de ser transportados para os centros de distribuição desde o início da greve, em 21 de maio. “Outras milhares de toneladas não foram produzidas pelas fábricas, que foram obrigadas a paralisar a produção por não terem mais onde estocar produtos”, lamenta a ABPA.
Representantes dos caminhoneiros se mostraram dispostos a encerrar a greve assim que fossem publicadas no Diário Oficial da União as medidas anunciadas na noite de ontem pelo presidente Michel Temer, que ampliou a lista de concessões cedendo à maioria das reinvidicações da categoria. Apesar disso, na manhã de hoje ainda havia protestos em 18 estados e no Distrito Federal.
Fonte: Supermercado Moderno