Pesquisa realizada pelo Google, com internautas brasileiros, mostra alta de 10% em buscas por compras no período de março a agosto e aponta oportunidades
Qual a representação de inverno para o consumidor brasileiro? Faz sentido falar de inverno em um país com dimensões continentais como o Brasil? Quais as oportunidades que as marcas deixam de aproveitar nesta época? Alguns desses questionamentos são levantados no estudo Inverno, realizado pelo Google Brasil, tendo como base as tendências de busca de internautas brasileiros acima de 18 anos.
O estudo será apresentado ao mercado na manhã desta terça-feira (18), na sede do Google, em São Paulo. Foram feitas três pesquisas via Google Consumer Survey em fevereiro deste ano com 1,500 respondentes. Dentre as principais constatações está o fato de que as buscas por compras em geral aumentam 10% no inverno e de que alimentos e itens relacionados à casa ganham destaque neste período.
“O principal objetivo deste levantamento é mostrar para as marcas que existem oportunidades escondidas em muitos temas relacionados ao inverno e que podem ser melhor trabalhadas. Como entender, por exemplo, que a busca por chocolates é maior em julho e que existe uma forte ligação emocional das consumidoras com maquiagem no período”, diz Marcio Garcez, diretor de negócios e bens de consumo do Google.
De acordo com a pesquisa, quando o tema é sentimento, as pessoas estão mais tristes no período de outono e inverno que vai de março a agosto. As buscas por estados emocionais que indicam tristeza, depressão, solidão e ansiedade sobem, em média, 11% com o início do outono e 23% com o começo do inverno. Neste contexto, a autoestima cai sendo que 75% dos brasileiros são conscientes de que comem mais no período e que, ocasionalmente aumentam preocupações com peso e problemas dermatológicos. Buscas como “melhorar a aparência” e “como ser menos feio” cresceram 45% no último ano durante o período em comparação com 2015.
Outra constatação da pesquisa é que a casa ganha ainda mais peso nesse período. Cerca de 80% dos respondentes apontam que preferem ficar em casa em finais de semana de frio e isso leva a maior consumo por alimentos e indulgências. Neste cenário, a busca por receitas aumenta 10% em média nos meses de inverno. Cerca de 45% dos brasileiros aproveitam o inverno para cozinhar para familiares e amigos e as atividades favoritas do inverno estão ver séries e filmes.
Além disso, inverno também é associado a festividades. Com exceção do natal, as festas familiares estão concentradas no período. Mais de 90% dos brasileiros costumam se reunir nestas datas e família é a palavra mais relacionada com inverno para 16% dos internautas. O clima de inverno é motivo para se reunir com familiares para 70% dos entrevistados. Além das celebrações, o inverno coincide com as férias de julho.
Neste contexto de férias e inverno, a pesquisa identifica um aumento na busca por chocolates no mês de julho ainda maior do que abril, durante a Páscoa. O conteúdo infantil assistido no YouTube cresce, em média, 15%. De acordo com Aline Prado, especialista em análises do Google, existem várias oportunidades para marcas em lugares inusitados. “Existem alguns comportamentos, por exemplo, que influenciam diretamente nessas oportunidades como mudança no hábito de higiene e na relação das pessoas com marcas e consumo”, diz Aline.
O inverno no imaginário do brasileiro
Outra constatação da pesquisa é de que, diferente do verão, o inverno brasileiro não está pronto, ele é produto do imaginário. As marcas se tornam mais necessárias porque podem conectar os ícones de inverno com seus consumidores.
Quando questionados sobre a lembrança que possuem do inverno, os internautas respondem itens como neve, lareira, chocolate quente, vinho e fondue. Dos principais termos estão “o frio é doce como um chocolate quente”, “acho lindo lareira”, “no inverno todo mundo fica mais bonito”, “vamos tomar um vinhozinho”. E esse imaginário é ainda mais forte quando o assunto é roupa. Mesmo que não esteja frio, a demanda por roupas de inverno cresce 30% no período. A ligação da vestimenta com a estação é imediata: há 60% mais vídeos de looks de inverno do que looks de verão no YouTube.
Pele e cabelos
A mudança nos hábitos de higiene e a redução de banhos faz com que aumente o índice de pele oleosa, mesmo em uma época considerada propicia para a pele seca. Com isso, existe a oportunidade de produtos como shampoo para cabelo seco, produtos que tratem de acne e até mesmo tendências de uso de talco no cabelo.
Maquiagem
Por ser o período que mais agride a pele, o inverno coloca a maquiagem em um contexto em que ela passa a ser um elemento fundamental para que as pessoas se sintam bonitas. Se durante o ano o olho é protagonista, a boca ganha destaque com um aumento para uso de batom vermelho.
Receitas
Diante do aumento de consumo de produtos relacionados à época, apesar de sopas e caldos aparecerem no imaginário das pessoas, a feijoada é grande protagonista de consumo mesmo não pertencendo ao inverno imaginário. O chocolate acaba recebendo ainda mais buscas se comparar com a páscoa inclusive e foundue é campeão de buscas.
Eventos
Foram analisadas várias tendências dentro de eventos como Festa Julina e Festa Junina. Dentre os principais a busca por looks adultos relacionados a essas festas, o que antes era muito mais voltado a crianças. Outra informação interessante é a atenção das mulheres aos rodeios e looks e produtos voltados para esse momento.
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