Os empresários da indústria da construção estão mais confiantes. Depois de duas quedas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção) subiu para 51,8 pontos em agosto. O indicador, que é 2,9 pontos superior ao do mês passado, está acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança.
Mesmo assim, o índice continua abaixo da média histórica de 52,9 pontos e dos 53,8 pontos registrados em maio, antes da paralisação dos caminhoneiros. Em junho e julho o ICEI-Construção foi de 48 e 48,9 pontos, respectivamente.
Os dados estão na pesquisa Sondagem Indústria da Construção, divulgada na sexta (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a entidade, os empresários estão mais confiantes em relação ao desempenho futuro do setor, apesar das incertezas políticas e dos efeitos da tabela do frete mínimo.
De acordo com a pesquisa, o indicador de expectativas subiu para 55,3 pontos em agosto, mostrando que há otimismo em relação aos próximos seis meses. Mas o índice de condições atuais, que ficou em 45 pontos, continua abaixo da linha divisória dos 50 pontos, indicando que os empresários estão pessimistas em relação à situação atual dos negócios.
Os demais indicadores de expectativa também subiram e ficaram acima dos 50 pontos neste mês. Isso mostra que os empresários esperam o crescimento do nível de atividade, de novos empreendimentos e serviços, da compra de matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses.
Com a expectativa de recuperação do setor, o índice de intenção de investimentos aumentou 0,8 ponto em relação a julho e alcançou 32,1 pontos. O indicador está 3 pontos acima do registrado em agosto do ano passado e é superior à média histórica para o mês, de 31,6 pontos. Ainda assim, de acordo com a CNI, o índice segue muito baixo, o que indica pouca intenção dos empresários do setor em investir.
O índice de intenção de investimento varia de zero a 100 pontos. Quanto maior o índice, maior a disposição para investir.
Dificuldade de recuperação
Mesmo com a melhora nos indicadores de expectativa, o setor continua enfrentando dificuldades para se recuperar. A sondagem mostra que, embora o ritmo de queda tenha diminuído, o nível de atividade e de emprego no setor continua caindo. O indicador de nível de atividade ficou em 48 pontos e o de número de empregados foi 46,2 pontos em julho. Os dois índices variam de zero a 100 pontos e quando estão abaixo dos 50 pontos, indicam queda na atividade e no emprego.
Com isso, a indústria da construção mantém a elevada ociosidade. A utilização da capacidade operacional das empresas ficou em 58% em julho, 1 ponto percentual abaixo do de junho. Isso significa que o setor operou com 42% das máquinas, equipamentos e pessoal parados no mês passado.
A pesquisa foi feita entre 1º e 13 de agosto com 581 empresas do setor. Dessas, 124 são pequenas, 263 são médias e 124 são de grande porte. Todos os detalhes da pesquisa estão disponíveis na página da Sondagem Indústria da Construção, no Portal da Indústria.
Fonte: Agência Brasil