Aos 20 anos de idade, José Victor Menezes Teles tornou-se o médico mais novo do país. O jovem de Itabaiana, recém-formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), já está com o CRM em mãos e agora se prepara para atuar no combate à pandemia.
Em entrevista ao Caderno Mercado, Teles contou que, ainda durante o período do curso, atuou diretamente na linha de frente contra a covid-19 por cerca de 19 semanas. “Foi uma situação muito complexa, fugindo de todos os padrões de estágios e atuações que tive”, conta.
Para tal feito, ele se alistou no programa O Brasil Conta Comigo, através da plataforma Apoia SUS e foi convocado. O médico atuou em sua cidade natal, Itabaiana, que fica a cinquenta quilômetros da capital sergipana Aracaju. “Atuei, sobretudo, no atendimento inicial e nas altas de casos, principalmente os infantis”, relata. Agora ele aguarda para voltar a atuar na área, provavelmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva.
Teles compartilhou, ainda, que acredita numa educação mais prática para a faculdade, com mais plantões para os estudantes de medicina e mais incentivo científico. Ele, que durante o curso atuou em diversos plantões, cerca de três vezes por semana, tentou acumular o máximo de experiência possível e, consequentemente, maturidade para exercer a medicina. “Haveria um ganho considerável no meio acadêmico se a UFS passasse a ter um sistema que mesclasse o sistema tradicional com o PBL – Aprendizado Baseado em Problemas”, considera.
Para o médico, não é uma questão de propor a mudança de sistema de ensino, mas aproveitar alguns atributos positivos e trazê-los para somar ao método tradicional que também tem particularidades positivas, como estratificação do conhecimento e mais embasamento teórico antes de ir às práticas. Ele reforça a necessidade de mais campos de prática aos discentes da graduação para exercitar os conhecimentos em plantões, ambulatórios e enfermarias pelo estado.
Leia também: “A situação da pandemia no Brasil e em Sergipe é preocupante”, alerta médico