Mais de duas mil pessoas já tiveram credenciamento “contraindicado” para participar de eventos ligados à Olimpíada de 2016, por representar “algum tipo de risco”. Ao todo foram feitas cerca de 300 mil solicitações, entre jornalistas, atletas, condutores da tocha, entre outras funções que serão desenvolvidas nas instalações olímpicas, além de dirigentes e personalidades que integram o chamado movimento olímpico.
“Recebemos os dados das pessoas que terão acesso às instalações e checamos se elas representam algum tipo de risco. Só de condutores da tocha foram mais de 12 mil pessoas. Do total, 2 mil foram classificadas como contraindicadas, em geral por terem algum histórico criminal, condenações ou registros policiais”, disse o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, durante a cerimônia de formatura de um curso que capacitou lideranças policiais brasileiras para o combate ao terrorismo.
Ele explicou que ser classificado como “contraindicado” no processo de credenciamento para as Olimpíadas não impossibilita, pelo menos a princípio, que essa pessoa venha a ser credenciada posteriormente. Trata-se apenas de uma etapa em um processo que, ao final, decidirá se a pessoa terá ou não acesso às áreas onde os eventos olímpicos ocorrerão. De acordo com Rodrigues, procedimento similar foi feito durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e durante a Olimpíada de Londres, em 2012, quando foram analisados os dados de mais de 600 mil pessoas. Este procedimento é conhecido por background check.
Terrorismo
Segundo o coordenador-geral de Contrainteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, Rômulo Berrêdo, a preparação para lidar com ações terroristas é relevante tanto para evitar esses ataques quanto para amenizar seus efeitos, caso ocorram. Nesse sentido cursos como o encerrado hoje, feito em parceria com a embaixada norte-americana, são de grande relevância.
“Estamos na reta final [para as Olimpíadas] e, com a tocha olímpica [circulando pelo país], a operação já começou. Quinze cursos já foram realizados por meio dessa parceria e de parcerias com outras embaixadas. Isso, por si só, já é um legado que teremos das Olimpíadas”, avaliou Berrêdo.
Andrei Rodrigues destacou, como benefícios obtidos pelos participantes do curso, o acesso dos policiais brasileiros “à doutrina, ao conhecimento, às práticas e ao manual de operações” das autoridades norte-americanas que lideram mundialmente o combate ao terrorismo. Segundo o secretário, o clima é de confiança no trabalho que vem sendo implementado. “O Brasil já realizou eventos dessa importância. Para os jogos, várias ações de mitigação de riscos, de cooperações internacionais, capacitação profissional, controle de entrada de estrangeiros foram feitos”, disse Rodrigues.
O treinamento encerrado hoje preparou 24 agentes de inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, da Polícia Federal, das polícias militares do Distrito Federal, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, São Paulo, Tocantins, e do Rio de Janeiro.
Agência Brasil