Inflação: ensinamentos de um monstro que não queremos de volta


Foto: Rodrigo Rocha (Arquivo FIES)

A inflação é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços. No Brasil, já tivemos períodos nos anos 80 e 90 com a chamada hiperinflação, quando esse índice chegava aos 80% ao mês. Isso significa que o mesmo produto quase que duplicava de preço de um mês para o outro. Mas desde o Plano Real, em 1994, que esses números tiveram uma maior estabilidade com uma política econômica mais linear e sem grandes sobressaltos como em períodos anteriores.

Atualmente, como divulgado pelo Relatório Focus, no início desta semana pelo Banco Central, a estimativa da inflação para esse ano é de 4,09%, ainda abaixo da expectativa anual que é de 4,5%. Em 2017, esse índice fechou em 2,95% de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o menor número desde 1998. Esses números, apesar de razoáveis, ainda estão acima de um patamar ideal, como dizem alguns especialistas, que seria na casa entre 2% e 3%, nível de países com economia e mercados parecidos como o Chile, por exemplo. Mas será que seria boa uma queda acentuada nos índices inflacionários?

O senso comum indica que quanto menor a inflação, os preços não sobem, a economia flui e a roda do capital gira. Mas não é bem assim.  Economistas explicam que com os baixos números da inflação e a estagnação dos preços, o mercado consumidor fica a espera de uma queda mais acentuada ainda do valor dos produtos e adia suas compras, o que acarreta uma paralisia no comércio e, por consequência, na indústria. Acontecendo isso por um determinado tempo, há demissões no mercado de trabalho e a famigerada recessão econômica.

Para o coordenador do Núcleo de Informações Econômicas (NIE) da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe, Rodrigo Rocha, a inflação é um tema de grande importância para o ambiente econômico de um país e se manter no número estimado é primordial. “A meta é um compromisso do governo de que a inflação será mantida sob controle, e por isto essa previsão de 4,09, é um sinal positivo para o mercado, dando maior segurança aos investidores. Este valor está dentro da margem de tolerância, que é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 3% e 6%. Quando a inflação foge do previsto tem potencial para gerar instabilidade econômica, podendo desestimular investimentos produtivos. Esse tipo de situação prejudica em especial as pessoas com rendas menores, que geralmente não possuem muitos recursos e nem conhecimento sobre investimentos financeiros para se proteger da inflação”, afirma Rodrigo.

Por isso, a equipe econômica do Governo Federal sempre deve estar atenta a esses números e balancear as ações para que o país consiga se desenvolver de forma linear, sem alarde e com a responsabilidade de levar o país a um patamar mais elevado perante o mercado internacional.

 

Fonte: FIES