O governo terá um gabinete de crise para monitorar a paralisação dos caminhoneiros. O grupo será coordenado pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Segundo ele, este gabinete está em alerta, recebendo informações continuamente. Uma eventual utilização das Forças Armadas ocorreria somente em “último caso”. “Não temos tido maiores choques. Temos, efetivamente, bloqueios”, disse o ministro.
De acordo com o ministro, o emprego de força federal para conter a greve dos caminhoneiros não foi requisitada pelos estados. Segundo ele, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem feito a escolta de caminhões-tanque até os aeroportos para que possam abastecer aeronaves.
Jungmann participou da Conferência sobre Segurança Pública na Fundação Getulio Vargas (FGV), na capital paulista. “O governo, evidentemente, monitora [a greve dos caminhoneiros] e temos informações praticamente hora a hora, produzidas pela Polícia Rodoviária Federal e área de inteligência.”
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann participa da abertura da Operação Tiradentes II, em que órgãos de Segurança Pública realizarão ações de segurança por 24 horas ininterruptas
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann disse que o governo monitora [a greve dos caminhoneiros] e temos informações praticamente hora a hora, produzidas pela Polícia Rodoviária Federal e área de inteligência” – Valter Campanato/Agência Brasil
Susp
A crise trazida pela paralisação dos caminhoneiros atrasou a sanção do projeto de lei que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), antes prevista para ocorrer esta semana. De acordo com Jungmann, alguns ministérios ainda “se debruçam” sobre o projeto e poderão sugerir vetos.
Para o ministro, a melhor maneira de lidar com o tema de segurança pública é investir em uma política nacional estruturada na prevenção e rever o sistema penitenciário. Segundo Jungmann, três em cada quatro presos no país praticaram roubo, furto ou são usuário de drogas e pequeno traficante. “Estamos abarrotando o nosso sistema”.
O ministro defende ampliação do uso de penas alternativas e de tornozeleiras eletrônicas para evitar que jovens que cometeram crimes leves sejam recrutados pelo crime organizado dentro das cadeias. “O sistema penitenciário é controlado por gangues e quadrilhas pelo Brasil afora.”
Fonte: Agência Brasil