Dois medicamentos experimentais da farmacêutica suíça Roche contra a Covid-19, desenvolvidos em parceria com a empresa de biotecnologia americana Regeneron tiveram a liberação para uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
Os remédios, contendo casirivimabe e imdevimabe (REGN-COV-2), atuam em ligação com a coroa do vírus de forma a impedir sua entrada nas células do organismo ainda não infectadas para replicar o material genético, controlando a doença.
Com indicação para pacientes que apresentam alto risco de desenvolver progressão para um quadro grave da Covid-19, os imunobiológicos são para uso emergencial e restrito a hospitais. “É um coquetel de dois medicamentos que modulam a imunidade para evitar que, em casos graves da Covid, haja comprometimento inflamatório pulmonar grande”, explica o infectologista Matheus Todt, professor do curso de Medicina da Unit.
O medicamento não é recomendado para uso precoce ou preventivo e deve ser usado por pacientes que apresentam sintomas leves da doença, sendo administrado somente com prescrição médica. Resultados preliminares das pesquisas dos medicamentos usados em pacientes ambulatoriais, desde o diagnóstico da doença até 29 dias após início do tratamento, mostraram uma redução de 70,4% na hospitalização ou morte relacionadas com a Covid-19.
Todt enfatiza que são medicamentos promissores, mas ainda de uso experimental. Coquetel aprovado pela Anvisa não é, portanto, a cura da Covid-19.
“Não há qualquer estudo mostrando ser preventivo ou cura da Covid. O coquetel vai auxiliar assim como um corticoide, a exemplo da Dexametasona, que ajuda a modular o sistema imune, consequentemente, pode ajudar, nas formas mais graves, a manter o paciente vivo. Mas quando o assunto é controle de pandemia, as medidas de biossegurança ainda são isolamento social e imunização”, alerta.
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Coquetel aprovado pela Anvisa não é a cura da Covid-19
Com informações da Ascom/UNIT