Como investir em um negócio com pouco dinheiro


Como investir em um negócio com pouco dinheiro
Profº MSc. José Walter, coordenador Operacional dos Cursos Administração e Comunicação na Universidade Tiradentes - Imagem: Divulgação

O esforço para abrir empresa é uma criação com etapas bem definidas, que vão desde a concepção da ideia até a gestão do negócio. Existe uma tendência de abrir um negócio em uma área que o empreendedor domina, mas somente isso não é suficiente. O ideal é que a atividade seja em um segmento ao mesmo tempo viável, do agrado e do conhecimento do investidor.

Se o dinheiro está curto, o administrador José Walter Santos Filho orienta começar com uma estrutura enxuta, em que o empreendedor possa tocar sozinho até ter força para expandir. 

“Negócios que exijam apenas conhecimento ou uma força de trabalho simples, podem ser rentáveis o suficiente para crescer e se diversificar, produzindo empreendimentos mais robustos no futuro. Exemplo disso são segmento como artesanato (confecções simples, como objetos de decoração, roupas confortáveis, pantufas, aromatizadores e máscaras); refeições e doces por encomenda (kits de café da manhã, kits para finalizar o produto em casa e kits para público específico, como alimentos sem glúten); e-commerce de nicho (vender alguma coisa que gosta e entende pela internet, como plantas, vinhos, entre outros); aulas e cursos online (consultorias, reforço escolar, exercício físico, yoga, etc); mercado infantil (kits de brinquedos, jogos, parquinho para dentro de casa, etc); reparos domésticos (consertos em geral, pintores, pedreiros, encanadores) e brechó digital (revender peças que sobram nas casas das pessoas)”, conclui.

Definir o mínimo de investimento para se abrir um negócio vai depender do tipo de empreendimento que for escolhido para iniciar. Uma sugestão do administrador é prestar serviços com alguma habilidade que possua, sem necessidade de ferramentas ou equipamentos, que custe investimento, mas se for necessário um instrumento de trabalho, ou um local, mesmo um site, ou um celular, o mínimo de investimento será necessário para poder começar. E a dica é uma loja virtual. 

“Pode ser uma boa opção e até mesmo uma necessidade, devido às condições de isolamento social atuais, e até mesmo devido à mudança nos negócios que irá permanecer na transformação digital que está sendo imposta à sociedade. Pensar em um nicho de mercado, vendendo algo bem segmentado e que adicione a vantagem da mobilidade da internet, pode ser sim um bom começo”.

Mas atenção, uma vez definido o negócio é importante localizar um contador e um advogado para as formalidades que o registro de uma empresa requer. Também é possível abrir uma Microempresa Individual, com menos burocracia e assim obter um regime de pagamento de imposto mais suave, bem como uma rapidez maior no processo, o que te permite obter financiamentos e realizar negócios com outras empresas e o Governo.

“Um negócio é uma iniciativa sensível, precisa ser bem cuidado e às vezes o empreendedor comete até erros involuntários que podem comprometer o seu investimento empresarial. Alguns erros são bem visíveis, como por exemplo, tratar a empresa como hobby, ser um passatempo, sem dedicação; começar sem um modelo de negócios, sem um plano para executar as atividades da empresa; escolher errado o ponto de venda, o local de abertura do negócio.  Confundir as finanças pessoais com as finanças da empresa; não procurar pessoas qualificadas para lhe auxiliar e subestimar custos; não dar atenção aos clientes; ter otimismo em excesso; não ligar para as burocracias e formalidades e não saber a hora de parar com o negócio” informa o administrador José Walter. 

O Profº MSc. José Walter, coordenador Operacional dos Cursos Administração e Comunicação na Universidade Tiradentes, explica em 10 passos como empreender com segurança. 

1º – Tenha determinação e foco. 

O primeiro passo é ter consciência de que é preciso determinação e foco para começar a empreender. Não imaginar que irá começar hoje e amanhã estará nadando em dinheiro, entender que há um caminho a percorrer e desistir no começo não pode ser uma opção. Pode rever o caminho, aprimorar a rota, mas manter sempre o foco no resultado que deseja alcançar, isto é fundamental.

2º – Conhecer e entender seu cliente

O segundo passo é definir qual produto ou serviço será criado a partir da necessidade do seu cliente. Identificar do ponto de vista do cliente o que seu empreendimento vai resolver, o que o seu produto ou serviço vai solucionar. Este é um ponto vital que precisa ser bem escolhido e você pode descobrir isso conversando com seu cliente, fazendo pesquisa de mercado, analisando o que as outras empresas fazem para resolver esse problema que o cliente tem e de que forma você pode inovar e fazer melhor do que elas.

3º – Crie um modelo de negócios

Coloque a sua ideia no papel, desenhe um documento chamado quadro modelo de negócios (Business Model Canvas), onde você terá uma visualização de cada parte do seu empreendimento, como cada uma se relaciona com as outras. Assim você terá uma ideia de quais são os pontos fortes do seu negócio e o que precisa melhorar. No quadro canvas você tem 9 elementos: segmento de clientes, proposta de valor, canais, relacionamento com o cliente, fontes de receita, atividades principais, recursos principais, parcerias principais e estrutura de custos do seu negócio. Quando terminar de definir e preencher todos esses dados terá uma visão clara e estruturada do seu empreendimento.

4º – Crie uma marca

Com o seu público-alvo e produto definido, o passo seguinte é pensar na marca da sua empresa. A memória dos seus clientes tem um grande papel na decisão de compra, e se a sua marca estiver bem posicionada, com um logotipo que agrade aos clientes e transmita confiança, as chances de sucesso do seu empreendimento serão bem maiores. Ter uma marca aumenta as chances de fidelizar os clientes, então é importante criar a sua.

5º – Ponto de venda

Se você criar um negócio presencial, a localização será um elemento fundamental para o sucesso. Então é bom estudar o melhor local já na idealização do modelo de negócios, levando em consideração a concorrência da região, a movimentação de pessoas no local, logística para os clientes, estacionamento, custos de aluguel entre outros itens. 

6º – Pessoas

O sucesso de uma empresa está diretamente relacionado à equipe de profissionais que nela trabalha. Selecione pessoas com qualificação comprovada, boas referências, que sejam dedicadas, cumpram minuciosamente com as suas atividades. Selecione de forma criteriosa seus primeiros funcionários. Procure por pessoas proativas, elas te ajudarão a construir o negócio do zero, definindo processos e padrões que ainda não estavam determinados.

7º – Advogado e Contador

Não existe empresa sem um sistema de contabilidade e de aconselhamento jurídico. É essencial poder contar com um contador habilitado e um advogado desde os primeiros passos. Com eles, você pode firmar um contrato de prestação de serviços e se preparar para a burocracia do momento da formalização do negócio.

8º – Burocracia

O passo seguinte é a formalização da empresa. Mesmo que você crie uma Microempresa Individual, o benefício da formalização é a possibilidade de obter financiamentos e realizar negócios com outras empresas e com o Governo.

9º – Comunicação, Publicidade e Propaganda

No próximo passo, você precisa divulgar a sua marca, divulgar que a empresa já está em atividade. Mas, para que o seu produto ou serviço seja procurado, ele precisa ser conhecido. Então dedique esforço para fazer publicidade dela (on e offline), veicular informações sobre seu produto ou serviço na imprensa e manter boas relações públicas com o mercado.

10º – Mãos à obra!

Seguir todos esses passos de nada vai adiantar se você não tiver paciência para esperar os resultados. O importante é começar com o que você tem ou com o que já construiu até o momento. Se você ficar esperando o momento ideal, sua ideia pode nunca sair do papel. Uma das principais características de todo empreendedor é colocar a mão na massa!

 

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