Entre analistas de mercado, a multinacional está na mira da AB InBev
A aprovação da fusão entre a Anheuser-Busch InBev (AB InBev) e SABMiller por seus acionistas gera impacto não só para as rivais de cerveja, que se tornaram significativamente menores em comparação à gigante global de bebidas, mas também para o segmento de refrigerantes. Entre analistas de mercado, cresce a percepção de que a AB InBev pode ter um novo alvo de aquisição até 2020: a Coca-Cola Company.
A relação crescente entre o 3G Capital, um dos controladores da AB InBev, e o principal acionista da Coca-Cola, Warren Buffett, levou alguns bancos a imaginarem a união entre AB InBev e Coca-Cola, hoje avaliada em US$ 188 bilhões. Especialistas da Bernstein Research consideram que, após atingir 30% do mercado de cerveja, a AB InBev teria dificuldades em fazer novas aquisições na área. Restaria à companhia, para avançar no mercado, comprar parceiros na área de distribuição – que seriam, necessariamente, fabricantes de refrigerantes.
Analistas do HSBC também consideram mais provável uma oferta pela Coca-Cola no futuro, por ser um parceiro relevante da SABMiller no mundo. No Brasil, a Coca-Cola Femsa é parceira da Heineken na distribuição de cervejas. A Ambev tem acordo com a PepsiCo.
De acordo com o HSBC, uma eventual fusão entre a AB InBev e a Coca-Cola traria implicações principalmente para a Coca-Cola Femsa, que detém fatia 20% no capital da Heineken. Na visão dos especialistas no segmento, a Coca-Cola precisa acelerar o seu plano de refranquiar engarrafadoras para melhorar os resultados e evitar uma oferta hostil da AB InBev. Na África e na América Latina, a Coca-Cola precisa decidir se vai se desfazer ou não da fatia que possui em joint ventures com a SABMiller.
Valor Econômico