“Apagão não teve relação com crise hídrica”, diz Bento Albuquerque


“Apagão não teve relação com crise hídrica”, diz Bento Albuquerque
Ministro de Minas e Energia, Almirante de Esquadra Bento Albuquerque, carioca, 61 anos. Foi Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, ocasião em que esteve à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear da Marinha (PNM), os principais Programas Estratégicos da Marinha. Brasilia, 26-09-19. Imagem: Sérgio Lima/PODER 360

O ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque , afirmou nesta terça-feira (01) que a atual crise hídrica não tem relação com o apagão em regiões do país na última sexta-feira (29). Em entrevista à CNN, ele reiterou que não há possibilidade de racionamento de energia.

De acordo com o ministro, o apagão aconteceu por causa de problemas na linha de transmissão de energia do Norte para o Sudeste e Centro-Oeste. “5% dos consumidores ficaram sem energia durante 5 minutos. Depois, foi restabelecida prontamente”, disse.

Ele também afirmou que o objetivo do governo é ter potência energética acumulada no final do ano e entrar no período úmido, em outubro, com energia. Questionado se o governo estuda medidas como incentivos fiscais para os consumidores que economizarem energia, afirmou que “todas as medidas são consideradas”.

O ministro também disse que a crise atual é diferente do que aconteceu em 2001 e 2014 e declarou que na época o Brasil tinha maior dependência da energia hidroelétrica e que o país não tinha linha de transmissão energética suficiente.

Sobre o encontro com Pedro Parente, ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) durante o apagão de 2001, disse que Parente ficou satisfeito com as ações feitas recentemente.

O ministro afirmou em entrevista ao jornal O Globo, na segunda-feira (31), que “não há risco de racionamento de energia”. Porém, no começo de maio, declarou que o país vive a pior crise hídrica desde 1931.

Um alerta de emergência hídrica foi emitido na sexta-feira (28) para a região da bacia do Rio Paraná, que abrange cinco Estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Ficará de julho a setembro de 2021.

O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) fez reunião extraordinária nesta terça-feira (01) para discutir a atual situação de energia no país. O grupo tem como objetivo acompanhar o suprimento energético. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a estação seca mencionada é um dos motivos para a crise energética no Brasil.

Na sexta-feira (28) a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) escolheu utilizar a bandeira vermelha 2 – a mais cara – como referência nas contas de energia elétrica de junho. Com isso, para cada 100 quilowatts-hora consumidos é adicionado o valor de R$ 6,24 na conta.

A agência emitiu comunicado  para explicar a utilização da bandeira vermelha. “Maio foi o primeiro mês da estação seca nas principais bacias hidrográficas do SIN (Sistema Interligado Nacional), registrando condições hidrológicas desfavoráveis. Junho inicia-se com os principais reservatórios do SIN em níveis mais baixos para essa época do ano, o que aponta para um horizonte com reduzida geração hidrelétrica e aumento da produção termelétricas”.

 

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