Lançada há cerca de um mês, a AceleraSE Ventures chegou com o compromisso de desenvolver negócios locais e valorizar a economia sergipana. A empresa atuará como cofundadora de startups, investindo e aportando serviços, competências e recursos que possibilitem aos empreendedores focar na inovação dos setores de energia, mineração e agronegócio.
Além disso, a corporate venture builder oferecerá às startups suporte em questões administrativas por meio de profissionais com larga experiência em gestão de empresas e negócios.
Venture Builders são organizações que atuam sistematicamente no desenvolvimento de outras empresas de base inovadora e tecnológica (startups) aportando seus próprios recursos.
Para entender um pouco mais sobre esse modelo de negócio e os benefícios que ele pode trazer para os empreendedores sergipanos, o Caderno Mercado conversou com a CEO da AceleraSE Ventures, Dulce Tigre, que adiantou: “Vamos impactar as áreas de energia, agro e mineração. De Sergipe para o mundo!”.
Confira abaixo a entrevista. Para saber mais e/ou fazer parte, basta acessar o site.
Caderno Mercado: Quem é a Dulce Tigre?
Dulce Tigre – Empreendedora, mãe da Duda e do Bernardo, formada em Administração e Marketing e investidora por paixão. Durante 12 anos trabalhei em uma multinacional presente em mais de 90 países, expandindo e formando líderes. Entusiasta do setor de novos negócios de tecnologia e inovação. Atualmente, Diretora Executiva [CEO] da AceleraSE Ventures. Busco propósito e autoconsciência em tudo.
CM: Como surgiu a ideia de criar a Venture Builder AceleraSE e como ela vai funcionar?
DT – Surgiu através de uma empresa aceleradora de negócios chamada Acelera. Ela já existe há algum tempo no mercado, começou a crescer e sentiu a necessidade de escalar. Então, se juntou com a multinacional FCJ Venture Builder, formando a AceleraSE, e a ideia é levar negócios de Sergipe para o mundo. Ela é uma fábrica de startups, e o intuito é conectar as grandes indústrias com as startups que vamos ter e desenvolver, com os investidores e as universidades, que são o grande berço de onde vêm essas grandes ideias. E tudo isso tem que vir através da criação de novos negócios inovadores.
CM: Por que a escolha por Sergipe? Existe um potencial ainda pouco explorado aqui nesse novo modelo de negócio?
DT – A FCJ já tem venture builder espalhada por todo o Brasil, são mais de 30, e chegou a vez de Sergipe. Aqui optamos por desenvolver negócios nas áreas de agronegócios, mineração e energia. Sergipe foi escolhido porque alguns estudos apontaram um potencial gigantesco do Estado nessas três áreas nos próximos 15 ou 20 anos, então decidimos nos instalar aqui.
CM: Como participar da AceleraSE?
DT – Há três formas de participar. Primeiro como investidor, e estamos exatamente nesse momento, o de captação de investidores-fundadores. Pessoas que querem investir nesse novo setor da tecnologia e inovação. Estamos finalizando a primeira rodada com 30 cotas e você pode ser um dos acionistas da AceleraSE. A segunda forma é como indústria. Temos um comitê que vai sentar com a indústria, e vai debater quais as dores e o que ela quer solucionar de problemas. A terceira forma é como startup para solucionar esses problemas. Para entrar no nosso portfólio, nós abriremos um edital e a startup pode fazer a inscrição através do site ou de algum convite. Então ela participa de um processo de seleção que dura seis meses. Se ela corresponder a todos os critérios, entra no nosso portfólio e a gente passa cinco anos ‘buildando’ (desenvolvendo) aquela startup.
CM: O lançamento da empresa ocorreu há algumas semanas. Como foi a recepção dos empresários e da sociedade sergipana como um todo?
DT – Foi muito bacana, a receptividade foi gigantesca, estava presente mais de 98% do PIB de Sergipe, o evento saiu em todos os canais e a repercussão foi enorme. Fizemos um painel com algumas indústrias importantes nos setores de agronegócios, minérios e eletricidade, então foi de grande valia. Os empreendedores e investidores tiveram uma recepção muito boa, 100% as cadeiras estavam preenchidas e mais de 300 pessoas assistindo on-line ao nosso lançamento.
CM: Quantas startups serão atendidas pela AceleraSE? Qual tipo de suporte a venture builder vai oferecer a elas?
DT – No nosso portfólio da AceleraSE, nós vamos fazer a captação de 30 startups até o nosso quinto ano. Nós atuamos na escolha das startups pro nosso portfólio a depender da maturidade dela, então a gente faz a captação na fase de ideação, validação, crescimento e também na fase de scale up. O mais interessante é que, por ser uma venture builder, a AceleraSE entra com toda a inteligência do negócio, evitando o vale da morte do empreendedor. É muito bacana porque a gente oferece toda a parte de imprensa, de marketing, toda a parte fiscal, jurídica, contábil e de tecnologia. E pra mim isso é muito importante e faz total sentido, porque o empreendedor é muito bom naquilo que faz, mas quando chega no mercado, existe muita burocracia e ele perde o foco pra resolver outros problemas, e é aí que entra a AceleraSE, para resolver todas as dores do empreendedor, e ele só foca no projeto dele, no core business dele, e a ideia é a gente desenvolver aquela startup durante cinco anos. Esse é o grande diferencial que eu vejo que a AceleraSE tem no mercado.
CM: Em quanto tempo será possível começar a ver os resultados desses investimentos?
DT – Para startups, a ideia é que elas comecem a ver os resultados desse investimento a curto prazo. Como a gente já tem o know-how de toda essa inteligência do negócio, a startup já entra e já começamos a atuar. Então o retorno que o empreendedor vai ver é muito rápido. Referente aos investidores que estão entrando como fundadores da empresa, a ideia é ter esse capital de retorno nos próximos cinco anos, que é o tempo que estaremos desenvolvendo as startups. Isso pode acontecer antes, porque a gente pode fazer a venda da startup, o que a gente chama de exit, mas a ideia é que a gente amadureça cada uma delas e faça a venda da startup no período de cinco anos. É interessante o investidor que está entrando, ele não deve ter aquela emergência de receber o dinheiro. É um investimento a longo prazo, porém todo investimento a longo prazo o resultado é muito bacana. E só pra ter uma ideia, o investidor que está entrando, a proposta de valorização é que em cinco anos o investimento que ele fez tenha múltiplos de seis a nove vezes para quem está entrando no primeiro lote, referente à venda das ações.
CM: Quais serão os benefícios reais para o Estado e para a sociedade, de uma maneira geral, quando os negócios começarem a ser desenvolvidos e os resultados aparecerem?
DT – A curto prazo, os benefícios da AceleraSE estar sediada em Sergipe é fomentar o ecossistema, com o compromisso de beneficiar empresas, startups, investidores e universidades através da criação de novos negócios inovadores. Valorizar a economia sergipana também faz parte de nosso projeto, captando, desenvolvendo e exportando startups com potencial global. Se associar a FCJ e a grandes idealizadores foi uma grande sacada e uma oportunidade para viabilizar a inovação no mercado no estado de Sergipe. Vamos impactar as áreas de energia, agro e mineração. De Sergipe para o mundo!