A inflação na sua casa foi maior que a oficial? Saiba por que isso acontece


A inflação oficial no país em 2018 foi de 3,75%, dentro da meta do governo, mas muita gente pensa: como assim? Se o preço do tomate e da cebola dispararam, a gasolina e a conta de luz não pararam de subir, e o salário cada vez menos dá conta de todas as despesas da família? A inflação que as pessoas sentem no bolso geralmente é bem maior que o índice oficial. Isso é normal e não quer dizer que o dado oficial seja fraudado.

A conta não é uma média simples; entenda como é feita O IBGE explica que o cálculo da inflação não é uma média simples, em que se somam todos os itens e depois se divide o número pela quantidade de itens. É uma média ponderada, que considera não só as variações dos preços dos produtos, mas também a participação de cada um deles no orçamento médio das famílias brasileiras.

Cada item de consumo tem um peso diferente e, por isso, exerce um impacto distinto sobre o índice de inflação e no bolso dos cidadãos. Por exemplo, os pesos do tomate e dos planos de saúde. O preço do tomate teve forte alta em 2018 (71,76%), mas o produto tem um peso reduzido para as famílias porque elas gastam, em média, apenas 0,18% do orçamento no seu consumo.

Já os planos de saúde subiram bem menos (11,17%), mas têm peso maior na inflação, pois ocupam 3,9% do orçamento médio das famílias. Ponderando-se essas duas variáveis, o impacto do tomate no IPCA foi de 0,13 ponto percentual em 2018 (71,76 x 0,18 = 0,13). O impacto dos planos de saúde foi de 0,44 ponto percentual (11,17 x 3,9 = 0,44).

Como há produtos que subiram e alguns que caíram, não se pode considerar só o tomate e os planos de saúde. O cálculo tem de incluir tudo. Foi por meio dele que se chegou aos 3,75%, anunciados pelo IBGE.

Fonte: UOL