A implantação das redes de quinta geração (5G) em todos os setores da economia globalmente deve atingir, pelo menos, recursos de US$ 2,7 trilhões até 2020, segundo a instituição financeira Greensill.
As teles, principais agentes desse processo de evolução de rede de banda larga, necessitarão investir montante equivalente a US$ 1 trilhão para fazer atualizações da infraestrutura, que inclui rede, estações rádio base e conexão de última milha (a que liga o consumidor à rede externa). Mas a maior parte do aporte – US$ 1,7 trilhão – deve vir das empresas que integram a tecnologia aos produtos, processos e toda a infraestrutura direcionada à internet das coisas (IoT).
Ainda segundo a análise da Greensill, o retorno sobre o investimento (ROI) feito pelas operadoras nas redes 5G deve se estender entre dez a 12 anos (ante os seis, oito anos de ROI da 4G). O motivo é que as redes 5G requerem mais infraestrutura física para serem instaladas do que as atuais 4G.
Conectividade inteligente
A conectividade inteligente, grande tema do Mobile World Congress (MWC) deste ano, será o valor criado pela união da rede 5G, internet das coisas e inteligência artificial (IA). Quando esses três elementos estiverem ligados e em operação, se dará, segundo os especialistas, a conectividade inteligente.
A IA já está em uso pelas teles em operações, serviços e plataformas, em maior ou menor escala, conforme o país. Em apresentação sobre a evolução desse processo na América Latina, a GSMA Latam, apresentou dados que mostram a aplicação de IA e os investimentos na região que preparam teles e demais empresas do ecossistema móvel para a próxima geração. De redes e de comportamento de consumo. Segundo o acting head of Latin America da GSMA, Lucas Gallitto, e o data scientist Corral San Martin, também da GSMA, o aporte da indústria móvel, com as inovações, representará, para o PIB latino-americano, um valor estimado em US$ 330 bilhões até 2022, ou seja, em três anos. Em 2017, o segmento mobile representou US$ 280 bilhões para o PIB da América Latina.
Mas há fatores positivos e negativos para que a conectividade inteligente se viabilize na AL. Entre os fatores que impulsionam esse desenvolvimento, estão o crescimento contínuo de dados; a expansão da cobertura fixa para áreas rurais e fora dos grandes centros em toda a região; o acesso à banda larga para quem ainda não está conectado e alternativas à banda larga fixa; integração posterior com a cadeia de valor da IoT; emergência de novos usos pelo alto rendimento da 5G em que valores como velocidade, latência e eficiência energética são importantes. Por outro lado, existem os fatores inibidores como reduzido interesse de pagar valores adicionais por simples serviços de dados móveis; um sem número de soluções de IoT que se pode explorar comercialmente sem a necessidade da rede 5G; ainda um elevado investimento nas redes atuais 4G e 4,5G, que coexistirão com a 5G pelo menos até 2030; necessidade de espectro adicional (que é caro e que está atrelado a obrigações de cobertura e qualidade de serviço); e maior número de torres nas áreas urbanas e gestão de todas as redes – da 2G (ainda em operação no Brasil e parte da AL) até a 5G, ou seja, serão quatro padrões de redes para cada tele operar e gerenciar.
Fonte: Meio &Mensagem