IPCA de maio é o maior do mês desde 1996

A alta do grupo Habitação deve-se, principalmente, ao resultado da energia elétrica

IPCA de maio é o maior do mês desde 1996
No final de abril, ocorreram reajustes nas contas de energia elétrica em diversas regiões de abrangência do índice. Imagem: CNI

O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é um forte termômetro para a inflação. Ele é calculado com base no preço médio necessário para comprar um conjunto de bens de consumo e serviços no país, comparando com períodos anteriores. O indicador tem como objetivo abranger 90% das pessoas que vivem nas áreas urbanas no país e é justamente por isso que é chamado de “amplo”. O resultado da conta indica se, na média, os preços aumentaram, diminuíram ou permaneceram estáveis de um mês para o mês seguinte.

Se o IPCA aumenta, de uma certa forma, isso quer dizer que a inflação está crescendo. E como isso impacta a vida da população? Para controlar a inflação e fazer cumprir as metas anuais, uma das atitudes tomadas pelo Banco Central, por exemplo, é o aumento da taxa de juros. Taxas mais altas tendem a encarecer o crédito e frear o consumo.

Em maio de 2021, o IPCA foi de 0,83%. Isso representou um aumento de 0,52% na taxa de abril, que foi de 0,31%. Este é o maior resultado para um mês de maio desde 1996. O acumulado do ano já está em 3,22%, o que vai fazer com que especialistas econômicos, provavelmente, elevem a expectativa do mercado para este ano novamente. Em maio a previsão já havia subido de 5,06% para 5,15% para o ano de 2021. 

O acumulado dos últimos 12 meses foi registrado em 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa havia sido -0,38%.

De maneira geral, todas as áreas pesquisadas apresentaram variação positiva em maio. O maior índice foi o da região metropolitana de Salvador (1,12%), influenciado pelas altas nos preços da gasolina (8,43%) e da energia elétrica (10,54%). O menor resultado ocorreu em Brasília (0,27%), por conta da queda nos preços das passagens aéreas (-37,10%) e das frutas (-10,68%).

Aracaju foi uma das poucas capitais que teve variação menor em maio (0,62%) em relação à variação de abril (0,75%). No acumulado do ano, a capital sergipana está com 3,95%, acima da variação nacional de 3,22%. Por outro lado, o acumulado nos últimos 12 meses (7,07%) está abaixo do registrado no país (8,06%). 

IPCA – Energia Elétrica

A alta do grupo Habitação (1,78%) deve-se, principalmente, ao resultado da energia elétrica (5,37%), o maior impacto individual no índice do mês (0,23 p.p.). Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Vale lembrar que, entre janeiro e abril, estava em vigor a bandeira amarela, cujo acréscimo é menor (R$ 1,343). Além disso, no final de abril, ocorreram reajustes em diversas regiões de abrangência do índice.

Aracaju foi a cidade com o maior percentual de reajuste (8,33%) nas contas de energia elétrica no país, seguida por Recife (7,86%) e Fortaleza (7,74%). O reajuste está valendo desde o dia 22 de abril e, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 805 mil unidades consumidoras sergipanas passaram a ser afetadas com o novo valor.

 

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