Brasil está exportando menos aço

Por outro lado, importações cresceram mais de 90%

Brasil está exportando menos aço
Ferrocorte, indústria de transformação voltada para construção civil em Sergipe - Imagem: Divulgação

Apesar da produção brasileira de aço bruto ter crescido em abril, o Brasil está exportando menos aço. As exportações no mês foram de 832 mil toneladas, o que resultou numa queda de 5,5% na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2020. No acumulado de janeiro a abril deste ano, a queda no percentual é ainda maior, 13,9%, o que mostra que o recuo nas exportações não é um caso isolado do mês passado. 

Enquanto isso, as importações, em abril de 2021, foram de 356 mil toneladas. Isto significa uma alta de 90,8% em comparação ao mesmo ano de 2020. No acumulado do quadrimestre, as importações alcançaram 1,4 milhão de toneladas, o que representa um aumento de 99,1% frente ao mesmo período do ano anterior. 

Os números são do Instituto Aço Brasil, que também divulgou a quantidade de aço produzido nestes períodos. Em abril de 2021, a produção brasileira de aço bruto foi de 3,1 milhões de toneladas, um aumento de 59,3% em relação ao mesmo mês de 2020. No acumulado do quadrimestre deste ano, o crescimento foi de 15,9%, com um total de 11,8 milhões de toneladas produzidas. 

Sandro Roberto Ramos, gestor da Ferrocorte
Sandro Roberto Ramos, gestor da Ferrocorte – Imagem: Arquivo Pessoal

De acordo com o gestor da Ferrocorte, indústria de transformação voltada para construção civil em Sergipe, e presidente da Associação das Indústrias do Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro (Assedis), Sandro Roberto Ramos, o preço do aço está bastante valorizado, então tornou-se atrativo vender no mercado interno, o que explica porque o Brasil está exportando menos aço. “Os grandes grupos siderúrgicos estão equilibrando a oferta entre mercado interno e exportação para não ter oferta em excesso e, assim, manter os preços em patamares com lucro expressivo”, explica. 

A partir do segundo semestre de 2020, houve aumento no consumo de aço por parte do consumidor final, com pequenas obras e reformas nas moradias. “As pessoas, influenciadas por novos métodos de trabalho advindos da pandemia e pela necessidade de ficar mais tempo em casa, passaram a valorizar seus ambientes e investiram como nunca em melhorias na qualidade de suas moradias, tudo isso levou construtoras a voltar a lançar empreendimentos”, completa Ramos. 

 

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