Contratações temporárias também se mantêm
Os indicadores econômicos mais recentes dão sinais de que o comércio brasileiro iniciou uma lenta e gradual recuperação nos últimos meses. Como reflexo dessa percepção mais positiva, uma pesquisa feita com empresários do varejo em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que as vendas neste fim de ano serão melhores para 39% dos comerciantes brasileiros, percentual que representa uma alta de 16 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano passado.
A minoria dos entrevistados (22%) disse que as vendas serão piores que em 2016, índice que caiu dez pontos percentuais em relação a 2016. Para um terço (33%) as vendas se manterão estáveis.
Para a CDL/Aracaju, esta expectativa revela o otimismo do setor do comércio em relação a recuperação da economia brasileira, “fato que vem sendo consumado diante de uma ligeira movimentação nos vários segmentos do varejo brasileiro, como também em Sergipe”, sinaliza Brenno Barreto, presidente da entidade.
Segundo a CNDL, neste fim de ano a expectativa dos comerciantes para o volume de vendas apresenta uma leve variação positiva de 0,8% frente o faturamento do mesmo período que no ano passado. Na sondagem de 2016, os varejistas aguardavam uma queda de -1,8% no faturamento.
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, os números observados em 2017 são positivos e levam otimismo ao varejo, embora o nível elevado de desemprego force uma recuperação mais lenta que o desejável. “A recuperação do consumo e do comércio depende da criação de novas vagas de emprego e da renda do consumidor. Não se espera uma recuperação rápida da economia, mas o fato importante é que há indícios de que já esteja acontecendo e, um deles, é a melhora das expectativas para o Natal”, explica Pellizzaro Junior.
Empregos Temporários
Além de sondar as percepções gerais do setor sobre as expectativas de vendas para o fim de ano, a pesquisa também investigou a intenção de contratar mão de obra para as festas de Natal e Réveillon. O levantamento demonstra que os recentes sinais de reação da economia ainda não se traduziram na criação de novos postos de trabalho no curto prazo.
Apenas 15% dos comerciantes já contrataram ou irão contratar mão de obra extra para reforçar o quadro de trabalhadores nesse período – sejam eles temporários, informais, efetivos ou terceirizados. Em números absolutos, isso significa que pouco mais de 32,2 mil vagas devem ser criadas neste trimestre. Para 79% desses comerciantes, o principal motivo das contratações é suprir a demanda aquecida no período do Natal. Os que não devem contratar somam 81% da amostra.
Sergipe
Em Sergipe, a expectativa é que sejam gerados em torno de 1,8 a 2 mil empregos temporários justamente em função da recuperação do otimismo em relação ao mesmo período do ano passado. “Sergipe sempre sinaliza entre 2 e 3,5% do total nacional e acreditamos que sejam gerados entre 900 e 1.100 empregos em nosso estado. Isso pode não ser um grande número, mas também significa dizer que muitos empregos serão assegurados e outros que identificarem necessidades vão contratar”, explicita Edivaldo Cunha, da FCDL/Sergipe.
As principais razões para não contratar funcionários são a falta de necessidade (49%), uma vez que o comerciante está satisfeito com a capacidade de atendimento da sua equipe, a percepção de que o movimento no fim de ano não deve se alterar (18%) e a falta de verba para realizar contratações (10%). Entre os que não vão reforçar o quadro de funcionários, 50% não devem alterar a jornada de trabalho da equipe, mas 13% pagarão horas extras.
Em média, entre aqueles que vão reforçar o quadro de pessoal, o volume será de duas contratações nesse período.
Ascom CDL/FCDL, com ASCOM CNDL/SPC