Venda de alimento fresco online cresce rápido


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venda alimentos onlineGrandes redes apostam na ampliação de vendas pela web

Considerada uma nova fronteira no comércio eletrônico mundial, o varejo online de alimentos frescos começa a ganhar corpo no Brasil. Grandes redes de supermercados preparam-se para ampliar as vendas online no País, ao mesmo tempo em que companhias novatas desenvolvem serviços diferenciados na categoria.

A consultoria Ebit estima que a venda online de alimentos frescos não chega a representar 0,5% do total movimentado pelo comércio eletrônico, o que significa vendas de aproximadamente R$ 240 milhões em 2017. “O mercado online de alimentos frescos ainda é incipiente no Brasil, mas tem potencial de rápida expansão”, afirmou Pedro Guasti, presidente da Ebit.

GPA 

De acordo com executivo, em 2017, a categoria cresceu 41%, enquanto o comércio eletrônico como um todo cresceu 10%. Os principais competidores online são GPA (Grupo Pão de Açúcar), Sonda, Zona Sul Supermercados e Mambo.

O GPA é o mais antigo na área, com operação na área desde o fim da década de 90. Rodrigo Pimentel, diretor de comércio eletrônico de alimentos do GPA, não informa a receita gerada pela categoria, mas diz que as vendas crescem dois dígitos por ano. No fim de 2016, a companhia instalou um centro de distribuição em São Paulo, para concentrar os estoques das vendas online. “A abertura desse centro melhorou bastante a capacidade de entrega para clientes”, afirmou Pimentel.

Em 2017, o Pão de Açúcar refinou o serviço online, implantando a opção de entrega em até quatro horas e a opção de retirar na loja. Antes a entrega era feita em 24 horas. Pimentel disse que outras categorias, como bebidas e produtos de higiene pessoal, têm vendas mais representativas, mas a venda online de alimentos frescos é uma das que mais crescem. O serviço online do Grupo Pão de Açúcar opera em sete Estados (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Ceara, Bahia e Pernambuco) e Distrito Federal. A meta para 2018 é atender todos os Estados onde a companhia tem rede de supermercados.

Mambo 

O Mambo Delivery também cresce de forma acelerada, de acordo com Lucas Nassar, vice-presidente do Grupo MGB. O grupo começou a vender alimentos frescos on-line em fevereiro de 2015, pelo Mambo Delivery. “O trabalho começou a ser feito em São Paulo, sem marketing. Hoje, os alimentos frescos já representam 35% das nossas vendas online, liderado por frutas, legumes e verduras, que representam 8% do total”, afirmou Nassar. Nas lojas físicas, comparou, os alimentos perecíveis representam 60% das vendas do Mambo.

O serviço do Mambo Delivery foi ampliado para a região metropolitana de São Paulo em 2017. Nassar disse que os alimentos eram separados em supermercados, mas começou a haver desabastecimento devido ao rápido crescimento das vendas online. A empresa decidiu então investir na construção de uma unidade de 10 mil m², em Carapicuíba (SP), para concentrar o estoque dos pedidos on-line. O centro de distribuição começou a operar neste mês. O Grupo MGB, controlador das bandeiras Giga Atacado, Supermercados Mambo, Petit Mambo e Mambo Delivery, atua em São Paulo com 16 lojas.

O Carrefour também lançou, em outubro de 2017, o comércio eletrônico de alimentos. Já a chilena Cencosud, dona do GBarbosa, informou que “não pretende trabalhar com comércio eletrônico no futuro próximo”.

Pede Sabores

Além das redes de supermercados, empresas novatas se aventuram nesse mercado. Um exemplo é a Pede Sabores. Fundada em maio de 2017 com investimento de R$ 1 milhão, a Pede Sabores oferece um serviço online de entrega de alimentos frescos. Os alimentos são comprados na Ceagesp e a entrega é feita por quatro transportadoras. As entregas são feitas na região metropolitana de São Paulo. Em janeiro, a entrega foi ampliada para o litoral norte de São Paulo, Granja Viana e ABC Paulista.

“Todo mês as vendas crescem 60%. Nossos clientes indicam outros clientes”, diz Maurício Costa, sócio-diretor da Pede Sabores. Ele prevê fechar 2018 com uma média de 1 mil pedidos por dia. A média atual é de 130 pedidos por dia.

Supermercado Now

A Supermercado Now, fundada em 2015 por Marco Zolet, é outro exemplo. O negócio é similar ao da americana Instacart: a empresa possui uma plataforma online, na qual os consumidores fazem os pedidos de alimentos. A compra nos supermercados e a entrega são feitas por entregadores cadastrados no serviço. A Supermercado Now possui hoje 5 mil clientes em São Paulo e no ABC Paulista. Atualmente, sete redes de supermercados são conveniadas da Supermercado Now e 80 operadores logísticos fazem o trabalho de entrega. Marco Zolet, presidente da Supermercado Now, disse que a receita cresceu em 2017, chegando a R$ 5,5 milhões. A previsão para 2018 é faturar R$ 30 milhões. Em dezembro, a companhia recebeu aporte de R$ 3,3 milhões de um grupo de investidores-anjos para acelerar a expansão da empresa.

Fonte: Valor Econômico