Setores de comércio e serviços continuam em queda em Sergipe


Foto: Iugo Koyama

O comércio varejista sergipano apresentou uma nova queda no seu volume de vendas no mês de abril deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2015. É o que apontam os números da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), produzida pelo IBGE, analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio Sergipe). A queda apresentada, no período comparativo ao ano passado é de -11,2% no total do volume de vendas realizadas nos estabelecimentos comerciais sergipanos.

Segundo a pesquisa, houve um crescimento de +6,3% nas vendas entre os meses de março e abril, o que configurou o melhor resultado do comércio varejista em todo o Brasil, entretanto, o número não é animador quando se trata do comparativo com o ano anterior, que serve como parâmetro para comparação das vendas no mesmo mês.

No acumulado do ano de 2016, o comércio varejista sergipano apresenta queda de -11,9% nas vendas. Já para o varejo ampliado, que congrega todas as vertentes do comércio, o número da retração nas vendas é ainda maior, com -12,8% no mês de abril deste ano, em comparação a abril de 2015. No acumulado do ano, o varejo ampliado sofreu uma queda de -15,4%. O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, comentou a situação do comércio sergipano no período.

“Analisando o comportamento de vendas do comércio varejista ampliado, em particular, percebemos que ele continua com uma trajetória declinante, porém com um volume de vendas tendendo a recuperação, muito embora longe de ter um desempenho como o varejo restrito. Os segmentos do varejo ampliado ainda sofrem para retomar o crescimento, característica própria da dinâmica dos setores [material de construção e veículos], que passa por dificuldades significativas das suas indústrias”, disse Laércio.

Serviços

Já o setor de Serviços continua apresentando resultado negativo. A continuidade da queda no volume de negócios do setor atingiu 10 meses seguidos em abril. O resultado apurado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), foi de -9,9%, no mês estudado. A redução do padrão de consumo das famílias é o principal provocador da negatividade que atinge os negócios do setor de forma sucessiva a cada mês.

O ano de 2016 acumula um saldo de -7,7% no montante de transações realizadas. Comparando a receita nominal do setor em abril de 2016 com o mesmo período do ano passado, a queda atingiu -7,4%. Laércio Oliveira lamentou a situação em que o setor de serviços se encontra e lembrou que os últimos dois anos têm sido complexos para os empresários que sobrevivem desse segmento de mercado.

Para ele, a redução no poder de compra das famílias e o desemprego afetaram o mercado sergipano em todos os níveis. Em comparação dos meses de abril, desde 2013, é possível observar que os dois últimos anos estão sendo os mais difíceis para o setor de serviços. A redução do poder aquisitivo da população, combinada com a variação dos preços de alguns segmentos do setor de serviços, acima da inflação, podem ter contribuído para que o volume dos negócios tivesse uma dinâmica negativa ao longo dos meses.

“O setor de serviços em Sergipe apresenta a mesma trajetória de queda do volume de negócios que os outros estados do Nordeste. Como vêm mostrando as pesquisas do IBGE ao longo dos últimos dois anos, o setor vem sofrendo com a recessão. O desaquecimento da economia como um todo, e, em especial na indústria, implica em redução na contratação de serviços. Do ponto de vista da demanda das famílias por serviços, essa também tem se mostrado em queda, devido ao desemprego e a redução do poder de compra dos salários”, afirmou o presidente da Fecomércio.

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