Setor de serviços se destaca na retomada de postos de trabalho em Sergipe


Laércio Oliveira, presidente da Fecomércio-SE

Os dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ratificaram uma constante no mercado de trabalho, mais uma vez o número de vagas com carteira assinada diminuiu em Sergipe. Os dados do mês de fevereiro foram analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio), que constatou a continuidade da trajetória decrescente do número de empregos no estado. No segundo mês do ano, foram fechados 3.412 postos de trabalho em Sergipe.

Entretanto, o setor de serviços está mostrando recuperação, apontando saldo positivo de empregos desde o início de 2017, mostrando a recuperação do setor, sinalizando uma tímida recuperação da economia no estado. Em 2017, o setor gerou 338 novas oportunidades de trabalho, tendo saldo positivo tanto em janeiro, quanto em fevereiro. No mês foram 215 novos empregos surgiram para os trabalhadores sergipanos do setor, num total de 6.192 contratações, contra 5.854 desligamentos no setor.

O apontamento já sinaliza uma melhora. Os ramos de atividades de serviços de hotelaria, alimentação e redação, além do ramo de serviços de ensino conseguiram se desgarrar do ritmo de queda da crise econômica que ainda insiste em afetar o estado. O período de alta temporada no turismo e as contratações de professores para estabelecimentos de ensino, marcaram o crescimento de vagas no setor de serviços em fevereiro. Os serviços de utilidade pública também geraram novas vagas de trabalho, num saldo positivo de 186 vagas, nos dois primeiros meses do ano.

O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, valorizou a recuperação do setor de serviços, destacando sua importância na economia sergipana. “Já são dois meses em sequência que o setor de serviços e os serviços de utilidade pública estão gerando novos empregos no estado. O setor ganhou fôlego nesse momento de crise e aponta sinais de recuperação. Com o aumento nas vagas dos serviços, acredito que outros setores poderão ser puxados para cima. Não estamos no cenário que queríamos, mas já é um dado animador para o setor produtivo do estado”.

Porém a realidade do mercado de trabalho sergipano ainda inspira cautela, pois os números das mais diversas atividades econômicas continuam sendo puxados para baixo. O setor da indústria fechou o bimestre com -2.358 postos de trabalho; O comércio, com o fim das contratações temporárias, sofreu um impacto de -261 postos de trabalho em fevereiro, perfazendo -840 no primeiro bimestre. Entretanto, por ser um período sazonal de demissões, espera-se que o número de empregados no setor possa se estabilizar ou diminuir sua retração; O setor de agropecuária, em virtude da fase final de ciclo de algumas culturas, apontou -579 empregos em fevereiro, totalizando -1.111 no somatório dos dois meses iniciais de 2017; Com o fim de construção de algumas obras, o mercado de construção civil também reduziu seu quadro de empregados, fechando -121 postos em fevereiro, com -159 postos de trabalho; A atividade extrativa mineral é a que detém menor volume de retração no emprego, perdendo -25 postos de trabalho em fevereiro e fechando com -54 no bimestre; Já a administração pública perdeu -166 postos no período bimensal.

O desemprego também continua com trajetória descendente nos municípios com mais de 30 mil habitantes. Em fevereiro, esse conjunto de municípios apresentou um contingente de desempregados na ordem de 604 postos de trabalho fechados. O município de Capela liderou as demissões em fevereiro, foram 389 postos fechados, indicando a influência da entressafra de cana-de-açúcar para o resultado.  O município de Aracaju perdeu 205 postos de trabalho em fevereiro. Na contramão, os municípios São Cristóvão e Lagarto, geraram 150 e 76 novos empregos, respectivamente.

Ascom Fecomércio Sergipe