A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio) realizou uma pesquisa especial para avaliar a intenção de consumo dos sergipanos para o período natalino, momento de maior movimentação do comércio no ano.
Os sergipanos, pesquisados num volume de 1.000 famílias, manifestaram seu posicionamento para a administração do 13º salário neste mês de dezembro, com isso foi traçado um panorama do cenário econômico local, com análise das expectativas da população.
Devido às dificuldades econômicas que atingiram o estado, provocando queda no volume de emprego e renda populacional, a grande maioria das pessoas pesquisadas, 53%, informou que irá utilizar o 13º salário para pagamento de dívidas. A assertiva confirma que os sergipanos estão mais direcionados ao entendimento da redução de comprometimento de renda com dívidas e busca para evitar o risco de inadimplência.
O número de indecisos também é alto. 34.6% dos participantes da pesquisa disseram que não sabem o que farão com o 13º salário, injetado nas contas neste mês. Dentro deste número, também se encontram as pessoas que não responderam o questionário aplicado pela Fecomércio. O fato de não saber como proceder não significa que as pessoas estejam sem dívidas ou sem intenção de consumo para o natal. Indica que a indecisão é relativa ao período, pois a semana do natal ainda não se aproximou.
Aqueles que decidiram investir o 13º salário na compra de presentes, representam 12,8% do total de entrevistados pela Fecomércio. As pessoas que afirmaram a compra dos presentes para amigos e parentes já possuíam essa intenção. O número pode aumentar até a semana do natal, pois quanto mais próxima a data da comemoração, maior a tendência do público em ir às compras. Completando a tabela, 7,5% das pessoas entrevistadas disseram que o seu 13º salário será utilizado para fazer confraternizações, viagens, ceias natalinas.
É importante ressaltar que o somatório da pesquisa deu resultado aproximado de 107%, em virtude de haverem questões com respostas de múltipla escolha. Entretanto, a metodologia da pesquisa não compromete a confiabilidade dos dados, que possuem margem de erro zero.
Presentes
Os sergipanos terão uma média de compra de presentes para as pessoas mais próximas, de quatro unidades. Do universo que afirmou que irá presentear outras pessoas 11,9% disse que comprará apenas um presente para alguém. Já 47.5% disseram que comprarão entre dois e três presentes para as pessoas mais próximas. 14.4% declararam que comprarão entre quatro e cinco presente para parentes e amigos. E o número que surpreendeu é de 26,3% dos entrevistados, que afirmaram a feitura de compra de cinco ou mais presentes. Com isso, a média de presentes distribuídos pelas pessoas em Sergipe no natal foi estabelecida.
Gastos
O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, analisou a pesquisa e informou que as intercorrências da crise econômica provocaram um recuo no consumo por parte dos consumidores. Ele destacou que 74,9% dos sergipanos pretendem gastar menos que no ano passado.
“Analisando a pesquisa, os números não são animadores para o comércio. Considerando que, três quartos dos sergipanos pretendem fazer menos compras que no ano passado. Isso coloca uma condição de gastos menor para o consumidor. Apenas 12,5% das pessoas disseram que vão gastar mais que no ano passado. 5,8% pretendem gastar mais que em 2015 e 6,8% não soube responder. O que está acontecendo é justamente o reflexo do encolhimento da renda da população e do seu direcionamento para o pagamento de dívidas. Isso preocupa o comércio, pois estamos esperançosos que haja um crescimento nas vendas neste período de final de ano”, disse o presidente.
Valores
A média de gastos planejados pela população sergipana para o período natalino é de R$ 431,15, ou seja, abaixo de 500 reais, média do ano passado. A instituição afirma que 59,6% das famílias farão gastos de até 500 reais nas compras de final de ano, 13,4% pretendem investir mais de 500 reais nas compras, e 26,8% ainda não decidiram quanto de recursos irão utilizar. De acordo com Laércio Oliveira, a atitude da população em economizar cerca de R$ 450 demonstra um aprendizado financeiro, gerado pela experiência de enfrentar o ano de 2016 com acentuada perda do poder aquisitivo, inflação alta, aumento do endividamento das famílias e, principalmente, aumento da parcela de renda comprometida.
“Este última é o principal fator de risco em curto e médio prazo, principalmente por desestabilizar o amplo consumidor que ocasionalmente adere a empréstimos consignados, agiotas, adiantamento de salário, entre outros. As consequências dessa desestruturação financeira vêm com o desaquecimento da economia, aumento do tempo de contas em atraso, potencializa o surgimento da inadimplência e por fim, o desemprego”, ressaltou.
Assessoria de Comunicação da Fecomércio Sergipe