O famoso pão francês pode ficar mais caro em Sergipe, isso porque a maior parte do trigo utilizado é importado da Argentina e a região vive um período de seca. Assim, essa área agrícola extensa que enfrenta esse problema climático no país vizinho pode repercutir no preço do trigo praticado na importação ao Brasil. Hoje, esse cereal é o segundo produto com maior impacto nas importações da Balança Comercial sergipana, perdendo apenas para o coque de petróleo, utilizado na indústria cerâmica. Apesar do período de plantio do trigo ser iniciado em maio, há certa expectativa do mercado quanto às perdas que possam ocorrer por causa da estiagem na Argentina. Existem estudos que dizem que a perda geral de grãos seja na casa dos 50%.
E o principal produto, que está presente na mesa de grande parte dos sergipanos, e pode vir a ter uma alta por ocasião desses problemas, é o pão francês. Na última análise da cesta básica, publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, em fevereiro, o preço desse alimento já apresentava pequena alta de 0,13% e agora se espera que ocorra um acréscimo ainda maior.
O trigo utilizado no país é originário em 30% da região sul do país e os outros 70% são importados da Argentina. Caso se confirme essa quebra na produção de grãos no país vizinho, a indústria brasileira deverá comprar esse insumo dos Estados Unidos e do Canadá, onde são produzidos cereais de ótima qualidade, mas consequentemente, devido às questões de transporte e logística, encarecerá esse importante produto tão utilizado no segmento panaderil.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Estado de Sergipe (Sindipan/SE), Antônio Carlos Araújo, os empresários estão fazendo um grande esforço para não repassar esse aumento à população. “Estamos aguardando as informações vindas da Argentina, mas o temor por um acréscimo de preço na nossa principal matéria-prima, o trigo, é grande. Mesmo porque já vínhamos de uma baixa na produção nacional, devido também aos fatores climáticos no Paraná, nosso maior produtor nacional. Vamos ver até quando poderemos segurar os preços ao consumidor e não onerar ainda mais o bolso da população, sem prejudicar o nosso negócio”, afirma Antonio Carlos.
Fonte: UNICOM/FIES