O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a política de preços da companhia está indo muito bem e aconselhou ao consumidor que pesquise os valores que estão sendo cobrados nos postos de combustíveis para conseguir pagar menos. “Pesquisem os preços e realmente procurem os postos que tenham os menores preços”, disse.
Parente disse que não há como apontar o comportamento futuro do mercado do petróleo. “Como é uma commodity que tem muita influência de fatores geopolíticos, então, isso ainda agrava mais. Não é só a curva de oferta e demanda, mas também discussões de natureza geopolítica. Nós não arriscamos fazer projeções”.
A nova política de preços da Petrobras anunciada no dia 30 de junho, define reajustes conforme o comportamento do mercado.
Produção
No primeiro semestre de 2017, a produção total de petróleo e gás natural chegou a 2.791 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), 3% a mais que o mesmo período de 2016. Desse total 2.671 mil boed foram no Brasil, o que significa 6% acima do registrado nos seis primeiros meses do ano anterior.
Na área do pré-sal, o presidente comemorou a entrada em operação, em maio, da P-66, uma plataforma própria da Petrobras, na área de Lula Sul, no pré-sal da Bacia de Santos e destacou o recorde mensal de produção operada de petróleo e gás natural na camada pré-sal, que em junho chegou a 1.686 mil barris de óleo equivalente por dia.
O custo de produção chegou a US$ 7 (R$ 22,08) o barril. Segundo a diretora executiva de Exploração e Produção, Solange Guedes, esse valor era o dobro no início da produção há oito anos. “Estarmos com US$ 7 o barril é um feito”, disse. “Vencemos este desafio e tenho certeza que com tudo que aprendemos se torna ainda mais competitivo”.
Para o presidente esse dado é fundamental para a concorrência no mercado. “Vai sobreviver quem tiver menor custo. Isso é uma realidade do pré-sal que é bastante relevante não apenas porque reflete um custo menor mas porque reflete uma condição muito melhor de competitividade do nosso petróleo em relação a outros produtores”, disse.
A retração da demanda e a concorrência com outras empresas impactaram as vendas de derivados no mercado doméstico, registrando queda de 7% na comparação com os seis primeiros meses de 2016 e atingiu 1.943 mil barris de petróleo/dia (bpd), mas, nas exportações, manteve a posição de exportadora líquida com saldo de 401 mil bpd. O aumento em 48% das exportações de petróleo e derivados e da redução em 25% das importações ajudaram a ter o desempenho nesta área.
Lucro
Parente classificou de “extremamente positivo” o resultado da companhia, que registrou um lucro operacional de R$ 29,3 bilhões no primeiro semestre de 2017, correspondente a uma elevação de 91% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
No desempenho do segundo trimestre em comparação com 2016, o lucro operacional apresentou crescimento de 5%, atingindo R$ 14,9 milhões. Entre os fatores apontados pela empresa para o resultado deste período está a reversão de provisão para perdas com processos judiciais constituída em períodos anteriores, decorrente da adesão ao Programa de Regularização Tributária (PRT).
A companhia alcançou lucro líquido de R$ 4,8 bilhões no primeiro semestre de 2017 e reverteu o prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior de R$ 876 milhões. No segundo trimestre deste ano, o resultado de R$ 316 milhões ficou um pouco abaixo do mesmo período do ano anterior, quando atingiu R$ 370 milhões entre abril e junho, mas 93% menor com relação aos primeiros três meses do ano. O presidente disse, que, mesmo assim, é relevante porque representa dois trimestres consecutivos com lucro líquido positivo, o que não ocorria na companhia há muito tempo.
“Mostra avanços em várias áreas, em uma situação de mercado, em que você tem um preço de petróleo mais baixo e também tem um consumo mais baixo, ainda assim, tivemos um lucro operacional superior e, portanto, extremamente positivo. Estou falando no lucro operacional tanto no semestre quanto no trimestre”, disse Parente.
Outro ponto que o executivo chamou atenção foi o fluxo de caixa livre da empresa, que pelo nono trimestre consecutivo ficou positivo. Enquanto no primeiro semestre de 2017, com a maior geração operacional e a redução de investimentos, a Petrobras registrou fluxo de caixa livre de R$ 22,7 bilhões, sendo que no segundo trimestre ficou em R$ 9,4 bilhões. “Estamos mantendo a nossa sequência de fluxos de caixa livre positivos pelo nono trimestre consecutivo”, disse.
Endividamento
Ainda no período, houve redução de 6% da dívida líquida em reais e de 7% em dólares na comparação com 31 de dezembro do ano passado. O diretor executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro, disse que atualmente a empresa tem várias opções de negociação no mercado para o alongamento da dívida, tanto com bancos europeus como americanos, japoneses e brasileiros, e a perspectiva continua.
“Vamos anunciar nas próximas semanas outras operações. Devemos reduzir ainda mais o volume de vencimentos em 2018, 2019 e 2020 com os prócimos anúncios. A expectativa para 2018 é uma redução entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões. Hoje a gente tem um vencimento estimado para 2018 de US$ 9,3 bilhões, a gente está trabalhando para que tenha ainda uma redução ao redor entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões”, disse.
Agência Brasil