Endividamento familiar retoma trajetória de redução em Sergipe


dívida

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio), retomou as análises de endividamento familiar, por meio da Pesquisa de Endividamento e Intenção de Consumo (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que fez uma pesquisa com 500 famílias sergipanas, no período correspondente aos últimos dez dias do mês de agosto deste ano, que foi concluída com dados animadores a respeito do nível de endividamento populacional no estado.

De acordo com informações da pesquisa realizada, o número de famílias em condição de endividamento no estado está mantendo a trajetória de queda iniciada no mês de maio deste ano. Em maio, o número de famílias que possuíam algum tipo de dívida era de 66,9% do total de famílias no estado, com um total de 129.464 famílias endividadas. Em agosto o número manteve sua trajetória de queda, com atuais 62% de famílias na situação de dívida adquirida, com um número total de 120.262 famílias. A condição para consideração de endividamento refere-se ao número de famílias que possuem contas ou dívidas contraídas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel e prestações de carro e de seguros.

O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, analisou a pesquisa e manifestou contentamento com a redução no endividamento das famílias sergipanas. Para ele, os meses seguidos de maio até agosto, já apontam uma melhoria na economia local.

“Temos que valorizar a recuperação da confiança do consumidor, que está voltando ao comércio para as compras, mas também está mantendo a educação financeira dentro de casa. Houve um período em que o endividamento estava maior, consequentemente as compras também diminuíram. Contudo, vendo o quadro atual, com a taxa de endividamento caindo sensivelmente e a de inadimplência com uma queda acentuada, percebemos que a economia do estado começa a apresentar sinais de melhora. Esses números nos deixam mais confiantes em relação ao final de ano, quando temos boas expectativas de crescimento nas vendas e na contratação de novos trabalhadores. Fatores como a reforma trabalhista e a regulamentação da terceirização já estão apresentando sinais sensíveis em todo o país e Sergipe passa a compreender esses sinais. Teremos um final de ano com as famílias menos endividadas, recuperando postos de trabalho e tendo uma volta dos consumidores ao comércio. Os sergipanos estão com situação de endividamento consciente”, disse o presidente.

A situação das contas em atraso da população sergipana, segundo o estudo da CNC era de 36,5% em maio, o número mais alto dos últimos 12 meses. Contudo, a relação de famílias também entrou em queda no mesmo período, atingindo 32,1% no mês de agosto.  As contas em atraso são enquadradas nos mesmos critérios de endividamento, só que levando em consideração o atraso no pagamento de algum dos compromissos assumidos.

O número de famílias em condição de inadimplência, aquelas que não terão condição nenhuma de honrar com seus compromissos atingiu o menor índice dos últimos 12 meses analisados pela CNC. Comparando com o mês de maio, que foi o mais alto do período, com 32,9%, agosto fechou o ciclo com 20,6% de famílias em condição de inadimplência.

Gargalo

O cartão de crédito continua sendo o grande gargalo do endividamento familiar, com surpreendentes 94,9% do total de dívidas contraídas pelas famílias sergipanas. O segundo maior condicionante de endividamento familiar é o crédito pessoal, que afeta as contas de 8,3% das famílias sergipanas; carnês de prestações com 5%; financiamento automotivo, com 3,4%; financiamento imobiliário, contraído por 2,3% dos sergipanos; cheque especial e crédito consignado com 1,1% cada; cheques pré-datados e outras dívidas somam 0,4% do total. Vale ressaltar que a conta de endividamento ultrapassa o volume de 100%, considerando que uma família pode ter mais de um compromisso que lhe enquadre na condição de devedora.

Tempo

O tempo de comprometimento das famílias com suas dívidas, em número de meses é de 6,9 meses, de acordo com a pesquisa. Entre as famílias com maior renda, que ganham mais de 10 salários mínimos, o tempo é de 5,9 meses. Já para as famílias com menor rendimento, as que ganham até 10 salários mínimos mensais, o período dedicado ao pagamento das dívidas é de 7 meses.

Renda comprometida

O percentual de renda total mensal das famílias de Sergipe, comprometida com o pagamento de dívidas é de 27,1%. O dado que chama a atenção é o percentual de renda comprometida entre 11 e 50% dos vencimentos totais. %6,6% das famílias estão com uma grande parcela de sua renda direcionada para o pagamento de débitos contraídos. Somente 28,9% das famílias estão com parcela de até 10% da renda canalizada para o pagamento de compromissos.

Fecomércio-SE