O GPA envia dez brasileiros por ano para uma temporada na França, na Colômbia e na Argentina
Morar fora do País sem deixar o trabalho é o principal atrativo dos programas de mobilidade internacional, que permitem a um funcionário a vivência de três a 24 meses no exterior. É bom para todo o mundo: os empregados têm parte das despesas custeadas e ganham experiência; já as empresas usam o intercâmbio como forma de preparar colaboradores para ocupar cargos estratégicos, motivar suas equipes e melhorar o relacionamento global entre seus escritórios.
“Essas experiências são um acelerador de formação. Viver um ou dois anos fora do Brasil traz um aprendizado muito rápido de gestão e liderança e um amadurecimento pessoal que nenhum MBA pagaria”, diz Antônio Salvador, vice-presidente de RH do Grupo Pão de Açúcar.
O grupo envia dez brasileiros por ano para uma temporada na França, na Colômbia e na Argentina. A oportunidade é para jovens de 25 a 35 anos nas suas primeiras funções gerenciais, como coordenador ou analista sênior. “Não é algo a que todos podem se candidatar. É um processo de gestão de talentos para possíveis sucessores”, afirma Salvador.
No banco Santander, que tem quatro programas de mobilidade internacional, o processo seletivo é rigoroso e testa domínio de idioma, liderança e desempenho.
Na empresa há sete anos, a analista de marketing Isabel Oliveira, 27, começou como estagiária já de olho na chance de trabalhar fora do Brasil. Agora, prepara-se para uma temporada de dois anos em Londres. “A seleção teve várias etapas, que incluíram análise do gestor, dinâmica de grupo e entrevista com gestores da Espanha [onde fica a sede]. O processo foi focado no autoconhecimento e nas pessoas que realmente estivessem dispostas a ter uma carreira internacional. Não é fácil abrir mão de família e amigos em busca de crescimento profissional”, afirma Oliveira.
Quem já passou pela experiência diz que o esforço compensa. Analista de auditoria contábil da EY, Marina Nogueira, 30, passou seis meses em Chicago entre 2015 e 2016. “O procedimento da empresa é o mesmo, mas a cultura das pessoas é diferente. Trabalhei com gente de várias partes do mundo e isso me tornou mais preparada. Hoje, minha comunicação com a equipe dos Estados Unidos é muito melhor”, afirma.
Folha de S. Paulo