Consumidores apoiam mudanças nos rótulos


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Para 93,3% dos internautas, informação nutricional na frente da embalagem facilitaria a compreensão sobre a composição dos alimentos

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apresenta nesta querta-feira (21) os resultados de sua pesquisa de opinião sobre rotulagem nutricional dos alimentos. O levantamento, realizado entre os dias 13 e 23 de junho deste ano, teve a participação de 2.651 internautas e identificou as dificuldades dos consumidores para entender as informações contidas nos rótulos.

O estudo mostra que para 93,3% dos entrevistados a informação na frente da embalagem ajudaria a compreensão. A proposta é uma das mudanças na rotulagem defendida pelo Idec e permite que o consumidor identifique a composição de produtos não saudáveis com mais rapidez.

No levantamento, foram apresentados modelos de rótulos frontais e o utilizado pelo Equador que obteve 71,2% de aprovação. Ele tem como base um semáforo e indica se o alimento tem teor baixo, médio ou alto [verde, amarelo e vermelho] de nutrientes críticos, como sódio, açúcar e gorduras. Outros países, como Reino Unido e Austrália, também já seguem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de inserir de forma fácil a informação nutricional na frente da embalagem.

As características nutricionais como quantidade de calorias, teor de sódio, gorduras e carboidratos são informações obrigatórias, desde 2003, mas a regra atual obriga sua colocação apenas na parte de trás das embalagens, em uma tabela. Embora tenha o objetivo de informar o consumidor, apenas 39,6% dos entrevistados dizem compreender parcialmente ou muito pouco da rotulagem nutricional atual. Entre os fatores apontados que dificultam o entendimento estão o tamanho da letra (61%), o uso de termos técnicos (51%) e a poluição visual do rótulo (41,6%).

De acordo com a pesquisadora e nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, tais falhas dificultam o direito à informação clara e correta. “Algumas melhorias são cobranças antigas, como a inclusão do açúcar na tabela nutricional (apoiado por 98,3%) e a padronização da informação por 100g ou por embalagem e não por porção (defendida por 80% dos entrevistados)”, explica.

Para o Idec, os resultados do levantamento demonstram a preocupação dos consumidores com a alimentação e seu apoio a melhorias. Além disso, servem de base para que o Instituto pressione a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no desenvolvimento de novas regras, seguindo o exemplo de países que utilizam rótulos frontais para destacar os riscos à saúde.