O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 104,8 pontos no mês de setembro, indicando otimismo por parte dos comerciantes – acima da zona de indiferença (100 pontos). O indicador teve alta de 12% na comparação com setembro de 2016 e leve queda de 0,3% em relação ao mês passado, na série com ajuste sazonal.
“Apesar da queda mensal, a melhora gradual no desempenho do comércio vem promovendo o aumento da confiança dos comerciantes no ano”, avalia Izis Ferreira, economista da CNC.
Condições atuais melhores que em 2016
O fim dos saques das contas inativas do FGTS impactou a avaliação dos varejistas em relação as condições atuais na comparação mensal, resultando em queda de 1,5%. Na comparação anual, no entanto, o subíndice teve importante aumento de 42,1%.
A avaliação dos varejistas em relação às condições atuais melhorou em todos os itens, com destaque à economia, com aumento de 67,3%, na comparação com setembro de 2016. A percepção dos comerciantes sobre o setor e a própria empresa teve incremento de 42,3% e 28,6%, respectivamente, na comparação anual.
Neste setembro, 35,4% dos comerciantes consideraram o desempenho do comércio melhor do que há um ano. No mesmo período de 2016, esse percentual era de 22,8% dos entrevistados.
Alguma incerteza no curto prazo
As perspectivas para o curto prazo em relação aos desempenhos da economia, do comércio, e da própria empresa registraram leve queda neste mês de setembro (-0,4%), porém, em relação a setembro de 2016, as expectativas seguem melhorando (+2,5%). Acima da zona de indiferença (100 pontos), o subíndice atingiu 147,6 pontos este mês.
Na avaliação de 78,4% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos seis meses à frente. Em agosto, esse percentual havia alcançado 77,0%, e em julho, 75,9%.
Disponibilidade para investir
Os preparativos para as festas de fim de ano já mostram impacto positivo no subíndice que mede as intenções de investimento do comércio, com aumento de 0,8% em setembro, com ajuste sazonal. Na comparação anual, o subíndice aumentou 9,3%, puxado pelas intenções de investimento nas empresas (15,7%), na contratação de funcionários (11%) e em estoques (2,2%).
Para 28,5% dos comerciantes consultados em setembro, o nível dos estoques está acima do que esperavam vender, proporção menor do que a apontada em agosto (29%).
De acordo com a CNC, a retomada gradual das vendas do varejo no curto prazo fortalece o cenário de desempenho mais favorável do comércio em 2017. A recuperação mais vigorosa no setor, porém, será determinada pela evolução do mercado de trabalho, notadamente a geração de postos de trabalho formais. Mesmo com o fim da injeção de recursos do FGTS inativo nas vendas do varejo, a CNC estima que o volume de vendas do comércio ampliado em 2017 deverá crescer +2,2%.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) detecta as tendências do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitais do País, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.
Confederação Nacional do Comércio