A lata de 220 ml e outros produtos em embalagens reduzidas continuam vendendo com rapidez e serão parte fundamental dos planos da Coca-Cola para este ano
A Coca-Cola está apostando que embalagens menores, com preços proporcionalmente mais elevados, impulsionarão as vendas do negócio de refrigerantes da companhia neste ano. O presidente-executivo da Coca-Cola, James Quincey, disse a investidores em teleconferência realizada na sexta-feira (16/02), que a lata de Coca-Cola de 220 ml e outros produtos em embalagens reduzidas continuam vendendo com rapidez e serão parte fundamental dos seus planos de aumentar a receita orgânica em 4% neste ano. Ele também apontou uma reviravolta nas vendas em países como a Índia e o Brasil.
Analistas questionaram se o objetivo da Coca-Cola para a receita orgânica, que exclui a variação cambial, aquisições e desinvestimentos, é realista. As empresas de bebidas viram os volumes de refrigerantes caírem, à medida que os consumidores passam a preferir opções mais saudáveis, como água e chás, e os analistas esperam que as vendas em toda a indústria cresça entre 2% e 3% este ano.
Quincey disse em teleconferência com jornalistas que as minilatas e outras embalagens reduzidas representam entre 10% e 20% das vendas da Coca-Cola em volume e ele espera que esse percentual cresça gradualmente nos próximos anos. A empresa lançou as minilatas nos Estados Unidos em 2010 e, deste então, confiou nelas e em outros pacotes menores para compensar as quedas de volume. “É uma evolução contínua porque, no fim, você ainda precisa se aproximar dos consumidores para entender por que essa é uma opção interessante para eles”, afirmou.
A Coca-Cola, cujas marcas incluem Sprite e Powerade, também espera que novos sabores da Diet Coke e as latas redesenhadas ajudem a reduzir as perdas em seus negócios de refrigerantes. Os volumes dos EUA da Diet Coke, terceiro maior refrigerante nos Estados Unidos, caiu 4,3% no ano passado, de acordo com a publicação da indústria Beverage Digest.
“Não tenho certeza de que apenas os sabores e as embalagens nos levarão a esses resultados, mas, certamente, será um próximo passo na direção certa”, disse Quincey, quando perguntado sobre os resultados recentes de vendas.
O volume de vendas global da Coca-Cola ficou estável no quarto trimestre, assim como o volume de bebidas carbonatadas, que inclui refrigerantes, água com gás e energéticos. Os volumes no segmento de chás e café, que inclui a marca Honest Tea, cresceram 2%. Os volumes de água e bebidas esportivas também cresceram 2%, enquanto sucos e bebidas lácteas recuaram 2%.
A receita da companhia no quarto trimestre caiu 20%, para US$ 7,5 bilhões, com efeito negativo do trabalho de refranquia de engarrafadoras, que tem por objetivo reduzir custos. A receita orgânica aumentou 6%.
Balanço
A Coca-Cola reportou um prejuízo de US$ 2,8 bilhões, ou US$ 0,66 por ação, ante um lucro de US$ 550 milhões, ou US$ 0,13 por ação, um ano antes. O prejuízo decorreu de uma baixa de US$ 3,6 bilhões no quarto trimestre, relativa à mudança na carga tributária nos EUA.
Excluindo itens não recorrentes, o lucro por ação foi de US$ 0,39, ante US$ 0,37 por ação um ano antes. Analistas esperavam um lucro ajustado por ação de US$ 0,38.
As ações, que caíram em torno de 2% este ano, subiram menos de 1% no início do pregão desta sexta-feira.
A Coca-Cola nomeou nesta semana dois novos membros para o conselho de administração: Christopher Davis, presidente da empresa de investimentos Davis Advisors, e Caroline Tsay, presidente da Compute Software. Com isso, a companhia aumentou o conselho de administração de 14 para 16 membros.
Valor Econômico