Cesta básica de Aracaju é a mais barata do Nordeste
Grande vilão do orçamento doméstico no ano passado, o feijão apresentou a variação negativa mais relevante na Região Nordeste, entre os 13 itens que compõem a cesta básica. Em março, o preço do grão caiu e está mais barato em quase todas as capitais nordestinas, à exceção de Aracaju (+1,5%) e Salvador (+0,2%). A maior redução ocorreu em Maceió (-35%).
Na Região, a queda acumulada nos últimos nove meses já é de 56%, número que contrasta com o aumento de 154,9% no período de dezembro de 2015 a julho de 2016.
As informações estão no Boletim Diário Econômico, publicação do Escritório técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão vinculado ao Banco do Nordeste. O documento analisa dados do Dieese.
Aracaju
Além da maior alta no preço do feijão em março (+1,5%), Aracaju registra a maior variação acumulada relativa ao mesmo produto. Desse modo, a cidade apresenta 84,8% de aumento no preço verificado ao longo de 12 meses. No balanço anual, outros dois alimentos obtêm maior alta acumulada em Aracaju: o pão (+17,6%) e o tomate (+1,0%).
No mês de março, o consumidor comprou todos os alimentos pesquisados por R$ 351,81 na capital sergipana, o que a mantém com a cesta mais barata do Nordeste. O valor representa aumento de 2,1% em relação ao mês anterior, além de alta de 20,1% no período de um ano de apuração.
Nordeste
Nos primeiros três meses do ano, o Nordeste mantém o maior crescimento no custo da cesta básica. A variação acumulada no ano (+3,9%) e nos últimos 12 meses também é maior na Região do que nas outras partes do país.
Fortaleza tem a cesta mais cara da região. Na capital cearense, o consumidor deve dispor de R$ 408,83 para adquirir os 13 itens. O montante é 10,1% maior do que o valor da cesta regional (R$ 371,34) e supera em 16,2% a cesta de Aracaju.
As maiores altas foram registradas em Teresina (+3,9%), Natal (+3,5), Recife (+3,5%), São Luis (+2,8%) e João Pessoa (+2,6%). A única retração ocorrida na Região foi em Maceió (-0,5%).
Segundo a pesquisa, o ritmo continua desfavorável às famílias mais pobres, que sentem mais o peso dos alimentos no orçamento doméstico. Os autores também ressaltam que o problema é ainda mais evidente no Nordeste, pois a Região apresenta os maiores índices de pobreza do país.
Ascom BNB