Entidade empresarial mais antiga do estado e do Brasil, a Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese) completa, nesta sexta-feira (26), 145 anos de existência. A instituição possui uma longa história de luta travada em favor do setor empresarial e tem estado presente nos principais momentos da vida sergipana.
A entidade tem se mantido na linha de frente do combate às obrigações acessórias travestidas de cuidado, como é o caso da exigência de uso da Transferência Eletrônica de Fundos – a já famosa TEF – nas vendas através de cartão de crédito para empresas de qualquer porte, um pioneirismo às avessas rejeitado por empresários e consumidores sergipanos. A cobrança antecipada de ICMS, outra excrescência idealizada em Sergipe, igualmente tem merecido nossa repulsa.
Atualmente, a entidade tem como desafio ampliar os novos negócios como forma de dar continuidade ao projeto de uma Acese pujante e cada vez mais defensora do empresariado e do desenvolvimento econômico do Estado. Segundo o presidente da Acese, Marco Aurélio Pinheiro, lembra que a entidade, assim como todo o país, está passando balançando nesse vendaval, nessa crise política, nessa crise econômica. “Na hora em que a crise afeta o nosso associado, ela afeta diretamente a associação. Nós estamos buscando desenvolver pequenos projetos, que juntos possam desenvolver um resultado positivo para a instituição. São projetos de sustentabilidade, que tenham longa duração e que possam servir não como um projeto do presidente do momento, mas como um projeto de sustentabilidade para a entidade. Neste momento estamos celebrando alguns convênios, onde alguns estão em fase de assinatura e outros em fase de tratativa”, declara.
A instituição vem cuidando de pequenos projetos com o objetivo de dar sustentabilidade a entidade, como é o caso de um convênio com a Universidade Federal de Sergipe, onde todo o acervo histórico da entidade será levantado e resgatado em parceria com UFS e o departamento de história; também está sendo feito um portfólio de serviços a serem comercializados entre associados e para a comunidade empresarial em geral; o fortalecimento do almoço com negócios, onde acontecem debates de grande relevância para a sociedade; o fortalecendo todas as ações dos ex-presidentes, onde a atual gestão acredita que as ações devem ser institucionais; a revitalização do prédio histórico da Acese; entre outros.
História
Idealizada pelo português Antônio Martins de Almeida e fundada precisamente no dia 26 de maio do longínquo ano de 1872, a Associação Comercial de Sergipe decorreu da atitude progressista de um punhado de homens dedicados à atividade comercial. À época, Sergipe possuía população pouco superior a 176 mil habitantes e sua economia era baseada na cultura da cana-de-açúcar, no plantio do algodão e na pecuária. Dificuldades de várias ordens – como a falta de uma agência de crédito, de um porto, de vias de comunicação, dentre tantas outras -, despertaram nos fundadores da entidade a consciência da importância de se organizarem em torno de objetivos comuns.
No ano de 1918, por ocasião da dolorosa epidemia da “gripe espanhola”, quando a entidade prestou assistência médica e colaborou no fornecimento de alimentos às vítimas do surto epidêmico. Sobre esse epsódio, assim registrou o “Diário da Manhã”: “Ninguém há que, sem praticar a maior das injustiças, possa desconhecer os relevantes serviços prestados espontaneamente pela Associação Comercial Sergipana, no doloroso período da visita que nos fez a influenza espanhola”.
O envolvimento direto, crítico e propositivo nas matérias ligadas ao desenvolvimento de Sergipe tem sido recorrente na história desta Associação. Um bom exemplo se deu na década de 1920, no prenúncio de uma nova era para o Estado. Em outubro de 1922 iniciou-se o quatriênio de Dr. Maurício Graccho Cardoso, que nas palavras da historiadora Maria Thetis Nunes seria “indiscutivelmente o mais destacados dos presidentes (da província) na Velha República, em suas tentativas de transformar, cultural e economicamente, o Sergipe provinciano, atrasado, num Estado moderno e progressista”. Neste período presidia a Associação Manuel Maurício Cardoso, determinado a construir uma nova sede para a entidade.
Dada a impossibilidade de construí-la com recursos próprios, apelou-se a Dr. Graccho Cardoso que, de pronto, deu contribuição financeira de vinte contos de réis, cedeu o terreno e providenciou a elaboração do projeto a cargo do engenheiro Arthur de Araújo, que contou no plano arquitetônico com o apoio inestimável do artista italiano Belando Bellandi. A obra, iniciada em 1923, foi inaugurada no dia 13 de agosto de 1926, em solenidade histórica, muito concorrida e extremamente requintada, que contou com a ilustre presença do Presidente da República, Dr. Washington Luís. Naquela ocasião, o orador oficial da Associação, na saudação ao Presidente da República, enumerou as medidas necessárias ao desenvolvimento de Sergipe, destacando a abertura da barra e melhoramentos do porto, a ampliação das estradas e a instalação de uma carteira de redesconto no Banco do Brasil.
Eventos Comemorativos
Em celebração à data, a Acese realiza nove edições do Almoço com Negócios; Circuito de Negócios; Comenda Manoel Prado Vasconcelos; sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (título de utilidade pública da Acese); sessão solene na Câmara de Vereadores; e lançamento do selo comemorativo de aniversário da Acese.
Assessoria de Comunicação