Em meio a tensão comercial com os Estados Unidos, a China quer agilizar os planos para desenvolver seu mercado interno de semicondutores em meio a um forte impasse comercial com os Estados Unidos e a proibição de venda de produtos norte-americanos para a fabricante chinesa de celulares ZTE, que ressaltou a dependência do país em relação à importação de chips.
Nesta semana autoridades chinesas realizaram reuniões com entidades do setor, reguladores e o poderoso fundo de chips do país para acelerar planos já agressivos para o setor, disseram à Reuters duas pessoas com conhecimento direto das conversas.
Dependência com os EUA
As conversas ressaltam a preocupação da China com a sua dependência de chips importados de empresas globais como Qualcomm e Intel, agravados por uma disputa com os Estados Unidos centrada em tecnologia de ponta.
“Nos últimos dias, funcionários chineses graduados se reuniram para discutir planos para acelerar o desenvolvimento da indústria de chips”, disse uma pessoa com conhecimento das negociações, pedindo para não ser identificada por causa da sensibilidade do assunto.
A China deu prioridade ao mercado de semicondutores em sua estratégia “Made in China 2025” para reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras e criar seus próprios campeões nacionais.
A proibição de exportações de peças produzidas por empresas norte-americanas para a ZTE, por um período de sete anos, ocorre em um momento em que os dois países têm ameaçado um ao outro com dezenas de bilhões de dólares em tarifas, alimentando preocupações sobre uma guerra comercial completa.
Independência tecnológica
Esse objetivo ganhou nova urgência depois que os Estados Unidos proibiram a venda de produtos —incluindo chips— para a fabricante chinesa de celulares ZTE, que usa principalmente chips norte-americanos em seus smartphones.
Uma segunda pessoa com conhecimento das conversas disse que funcionários seniores se reuniram com importantes ministérios, bem como com o Fundo Nacional de Investimentos em Circuitos Integrados, “esta semana” para discutir a aceleração dos planos devido às recentes tensões comerciais.
Respostas oficiais
O Ministério de Comércio da China e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) não responderam imediatamente aos pedidos de comentários enviados por fax. O fundo não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
Fonte: Agência Reuters