Balança Comercial do Agronegócio Brasileiro


Saumíneo Nascimento

O Ministério da Agricultura, ao analisar a Balança do Agronegócio de 2016, aponta como destaque o açúcar, apesar da soja manter-se como carro-chefe das vendas externas brasileiras. O açúcar foi responsável por quase todo o montante do complexo sucroalcooleiro, com 92% do valor em vendas do setor (US$ 10,44 bilhões). Em comparação com 2015, houve crescimento de 36,6% em valor, em função do aumento da quantidade: de 24,01 para o recorde anual de 28,93 milhões de toneladas (+20,5%). Os dados foram divulgados pela Secretária de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As exportações de álcool também tiveram expansão, passando de US$ 880,48 milhões em 2015 para US$ 896,34 milhões em 2016 (+1,8%). A despeito da queda na quantidade (-3,7%), o aumento no preço do produto (+5,7%), foi superior, o que levou ao crescimento das vendas em valor. As exportações do complexo sucroalcooleiro alcançaram a cifra de US$ 11,34 bilhões em 2016, o que representou incremento de 32,9% em comparação ao ano anterior. De acordo com a SRI, o desempenho da carne suína também foi destaque em 2016. O produto somou US$ 1,47 bilhão, o que representou crescimento de 16,3% em relação ao ano anterior. A quantidade também foi ampliada, de 542,13 para 720,10 mil toneladas. As vendas de carne suína in natura registraram recorde no período de 12 meses para quantidade: 628,65 mil toneladas. Entre janeiro e dezembro de 2016, as vendas externas do agronegócio brasileiro atingiram US$ 84,9 bilhões, com retração de 3,7% em relação aos US$ 88,2 bilhões exportados no ano anterior.

 SUPERÁVIT COMERCIAL DE PETRÓLEO E GÁS BATE RECORD EM 2016, APONTA MDIC – De acordo com o Ministério das Minas e Energia, a partir de dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, pela primeira vez na história, o Brasil fechou um ano com um superávit na conta petróleo, com resultado positivo de US$ 410 milhões em 2016, informou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) no dia a (02/01). De acordo com dados do MDIC, desde 1997, quando foi iniciada a série histórica para esse tipo de produto, o resultado foi deficitário. Em anos anteriores, o déficit anual na conta Petróleo da Balança Comercial ficou em torno de US$ 5 bilhões. “O Brasil se consolida como um importante exportador de petróleo no cenário mundial. Nosso país foi, ao longo de 2016, reconhecido por sua importância crescente como produtor e exportador de petróleo, tendo sido convidado a participar com papel de destaque em diversos fóruns internacionais do setor”, avalia o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.

 DIPLOMATA BRASILEIRO CONTINUARÁ NO COMANDO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) – Conforme informações da Organização Mundial do Comércio – OMC, (WTO na sigla em inglês), o Presidente do Conselho Geral, o Embaixador Harald Neple (Noruega) informou no dia 4 de janeiro de 2017 aos membros da OMC que, até 31 de dezembro de 2016, quando concluiu o prazo para candidaturas não tinham sido recebidos outros candidatos para o cargo de Diretor-Geral e, portanto, o atual Diretor Geral, o Diplomata brasileiro, Roberto Azevedo, é o único candidato para a posição. O Diretor-Geral confirmou a sua vontade de um segundo mandato em uma carta aos membros da OMC em 03 de novembro de 2016, no início do processo de seleção. Seu mandato atual termina em 31 de agosto de 2017. Roberto Azevêdo é o sexto Diretor Geral da OMC. Ele foi nomeado para um mandato de quatro anos, com início em 1º de setembro de 2013.

BIOGRAFIA DO DIRETOR GERAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO – O Embaixador Brasileiro, Roberto Azevêdo é formado em Engenharia Elétrica na Universidade de Brasília. Em seguida, ele estudou no “Instituto Rio Branco” high school da diplomacia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Ingressou no serviço diplomático brasileiro em 1984. Sua primeira missão como diplomata foi Washington, em 1988. Mais tarde, ele esteve na Embaixada do Brasil em Montevidéu e em 1997 foi designado para a Missão Permanente do Brasil em Genebra. Roberto Azevêdo participou de painéis de solução de controvérsias da OMC e, em 2001, ele foi nomeado chefe da Unidade Resolução de Litígios do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, cargo que ocupou até 2005. Durante seu mandato, ele era o chefe da equipe de solução de controvérsias no âmbito da OMC. De 2006 a 2008 ele foi Secretário de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. Como tal, ele também foi o principal negociador comercial do Brasil na Rodada Doha e outras questões relacionadas com a OMC. Em 2008, foi nomeado Representante Permanente do Brasil junto à OMC e outras organizações econômicas internacionais com sede em Genebra. O Embaixador Roberto Azevêdo tem frequentemente ministrado palestras sobre temas relacionados com a economia internacional e publicou numerosos artigos sobre estes temas. Ele é casado com a embaixadora Maria Azevedo. O casal tem duas filhas e duas netas. A minha opinião é de que é uma honra e um orgulho para o Brasil ter um diplomata ocupando o comando de uma das principais organizações internacionais que tratam da questão econômica, especificamente, do comércio internacional de mercadorias e serviços. A sua candidatura única é uma prova do respeito conquistado no primeiro mandato e da crença que ele ainda pode fazer mais na condução da Organização Mundial do Comércio – OMC.