Saumíneo Nascimento
Conforme divulgado pela Organização das Nações Unidas – ONU, o seu representante para assuntos de desarmamento, Kim Won-soo, afirmou no dia 27/03/2017, que criar um mundo livre de armas nucleares é uma obrigação de todos os Estados – tanto os nucleares como os não nucleares. O discurso foi feito durante a conferência das Nações Unidas para negociar um instrumento juridicamente vinculativo para proibir esses armamentos. De acordo com estimativas do ano passado, mais de 15 mil ogivas nucleares permanecem em estoques globais. Embora represente uma redução considerável em relação aos estoques mantidos durante a Guerra Fria, o ritmo da redução diminuiu nos últimos anos e há uma preocupação com a contínua dependência das armas nucleares nas doutrinas de segurança e com os programas contínuos de modernização e melhoria dessas armas. “Vamos trabalhar mais duro e criativamente para que possamos atingir nosso objetivo comum de um mundo mais seguro, sem armas nucleares e melhor para todos”, disse Kim Won-soo. Falando em nome do secretário-geral da ONU, António Guterres, ele afirmou que o instrumento pode reforçar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT) e fazer com que o mundo avance para a eliminação total das armas nucleares e para o desarmamento. No entanto, ele reconheceu que o derrotismo e o desprezo permeiam agora as deliberações internacionais sobre o desarmamento, e advertiu que o público em geral parece perder o interesse pela questão.
Relações Comerciais Brasil X Suíça – Conforme o Ministério das Relações Exteriores, as relações entre Brasil e Suíça foram alçadas a mais alto patamar com a assinatura do Memorando de Entendimento para o Estabelecimento de um Plano de Parceria Estratégica, quando da visita ao Brasil da ministra dos Negócios Estrangeiros Micheline Calmy-Rey (2008). As parcerias em ciência, tecnologia e inovação são uma importante vertente das relações. Na cooperação bilateral, destacam-se projetos em áreas como neurociências, saúde, energia e meio ambiente – havendo perspectiva de cooperação futura em nanotecnologia, tecnologias da informação e das comunicações, energias renováveis, ciências humanas e sociais. Em meados dos anos 2000, a Suíça estabeleceu relacionamento estratégico não apenas com o Brasil, mas também Rússia, Índia e China (“Estratégia BRICS”). Esse interesse foi oficializado durante a visita da conselheira federal de Assuntos Econômicos, Doris Leuthard, (2007), quando se criou a Comissão Mista de Relações Econômico-Comerciais – que, desde então, já se reuniu cinco vezes. De 2007 a 2012, o comércio bilateral cresceu 35,3%, atingindo US$ 4,47 bilhões. Cerca de 350 empresas de origem suíça operam no Brasil – algumas estão presentes no país há mais de 90 anos. Estima-se que, juntas, essas empresas gerem cerca de 90 mil empregos diretos. Empresas brasileiras de grande porte têm instalado suas sedes europeias nesse país.
Marinha do Brasil participa de operação internacional no Golfo da Guiné – Conforme informado pelo Ministério da Defesa do Brasil, com o objetivo de promover a segurança marítima no Golfo da Guiné, como o combate de pesca ilegal e tráfico de drogas, a Marinha participou da operação “Obangame Express 2017”. A Força Marítima brasileira enviou para aquela região o Navio-Patrulha Oceânico Apa, com 122 militares. Além dos brasileiros, participaram também militares europeus, norte-americanos e sul-americanos. A ação foi conduzida pela Marinha dos Estados Unidos, para capacitar militares dos países da costa oeste da África na atuação em ações de interdição marítima. O treinamento militar abrangeu o litoral da Angola, Congo e República Democrática do Congo. Foram feitas as avaliações da interoperabilidade regional, a relação multinacional de comando e controle e a proficiência marítima dos países africanos com seus parceiros regionais do Golfo da Guiné. Durante a operação foram elaboradas simulações, onde foram colocadas em prática técnicas de abordagem a contatos não cooperativos e a realização de treinamentos médicos, meteorológicos e com armamentos. Em um dos cenários, navios da Angola e República do Congo abordaram o navio brasileiro, simulando a verificação de pesca ilegal.
O Golfo da Guiné – O Golfo da Guiné tem cerca de 3,4 mil milhas de litoral, distribuídas por 12 países (Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão Bioko, Ano Bom, São Tomé e Príncipe). Se considerarmos a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) de 200 milhas, as águas jurisdicionais patrulhadas podem chegar a cerca de 680 mil milhas. A “Obangame Express 2017”, que ocorreu entre os dias 20 e 31 de março, na visão do Ministério da Defesa, é importante porque fortalece a capacidade militar no Golfo da Guiné em garantir a segurança marítima em suas águas jurisdicionais.