Governadores do NE rejeitam condições do Governo Federal para receber recursos de multa da repatriação


Thiago Oliveira e Ricardo Lacerda

Em reunião no dia 25 de novembro, os governadores do Nordeste decidiram que não aceitar com o acordo de ajuste fiscal exigido pela União como uma condição para acessar parte dos recursos das multas do programa de repatriação de ativos não declarados à Receita. Para os governadores os estados têm direito à parcela da multa da repatriação e que não vão retirar as ações interpostas no STF para receber os valores. O montante estimado a ser recebido pelos estados é de cerca de R$ 5,2 bilhões.  Com o impasse gerado pela negativa dos governadores do Nordeste a questão deverá ter uma solução judicial.

CARTA DO RECIFE –Na chamada Carta do Recife, subscrita na reunião de 25 de novembro, os governadores da região reivindicam o andamento de temas essenciais ao desenvolvimento do Brasil e em especial para o Nordeste brasileiro e da retomada da geração de emprego e renda, dentre eles “a) ações de convivência com a seca e a retomada da Transposição do Rio São Francisco e demais obras hídricas; b) a retomada das obras da Transnordestina e de outras obras de infraestrutura; c) a liberação de empréstimos; d) a liberação dos recursos do fundo penitenciário e ações de segurança pública; e) o fortalecimento do Banco do Nordeste e do Fundo Constitucional do Nordeste; f) a apresentação de alternativas para o subfinanciamento do SUS e o enfrentamento das arboviroses; g) a priorização da Região Nordeste no programa de concessões e novos leilões da ANP.”

IBGE FAZ ESTUDOS PARA REVER LIMITES ENTRE BAHIA E SERGIPE – Dando continuidade ao trabalho de revisão dos limites territoriais do estado, Técnicos da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão de Sergipe (SEPLAG-SE) e do IBGE realizam estudos para delimitar divisas entre os dois estados. Os técnicos realizaram visitas para confirmar a localização da foz do rio Xingó na sua confluência com o rio São Francisco. A foz do rio Xingó é o marco divisório entre os estados de Sergipe, Bahia e Alagoas, mas na inundação da barragem a foz foi afogada, impossibilitando a identificação visual do local.  A equipe da SEPLAG-SE tem realizado estudos também para redefinição territorial de alguns municípios do Estado, que tem territórios conflituosos, como Japoatã e São Francisco.

MAIS DEZ MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA – O Ministério da Integração Nacional reconheceu no dia 25 de novembro que mais dez municípios afetados pelo extenso período de seca e estiagem têm direito a auxílio federal.  O decreto de reconhecimento de situação de emergência foi publicado no Diário Oficial da União o que permite acessar recursos federais para o abastecimento de água e que as Prefeituras solicitem a renegociação de dívidas no setor de agricultura. São os seguintes os municípios que tiveram a situação de emergência reconhecida: Apuí, Lábrea, Manicoré e Novo Aripuanã, no Amazonas; Canudos, na Bahia; Malacacheta, em Minas Gerais; Águia Branca, no Espírito Santo; e Moita Bonita, Poço Verde e Simão Dias, em Sergipe. Estados se queixam, todavia, que os recursos previstos pelo governo federal são insuficientes para atender minimamente a situação de emergência.

BANDEIRA TARIFÁRIA VERDE DA CONTA DE ENERGIA EM DEZEMBRO – A bandeira tarifária para o mês de dezembro é verde, sem custo para os consumidores. Conforme relatório do Programa Mensal de Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema (ONS), a condição hidrológica está mais favorável, o que determinou o acionamento de térmica com Custo Variável Unitário (CVU) abaixo de R$ 211,28 por megawatt-hora (R$/MWh). O valor da térmica acionada mais cara ficou em 169,54 R$/MWh e proporcionou a bandeira verde para os consumidores. Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o uso consciente da energia elétrica. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade.

PIB DOS ESTADOS DO NORDESTE EM 2014 –O IBGE divulgou no último dia 28/11, as Contas Regionais para o ano de 2014. Os dados revelam que, em 2014, cinco estados concentraram 64,9% do PIB nacional, são eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2014 foi de R$ 5,78 trilhões. Entre as unidades da federação, o maior PIB foi o de São Paulo (R$ 1,86 trilhão). Em seguida vieram Rio de Janeiro (R$ 671,08 bilhões), Minas Gerais (R$ 516,63 bi) e Rio Grande do Sul (R$ 357,82 bi), que voltou a ser a quarta economia nacional, posição que tinha perdido para o Paraná em 2013. Já os três estados no final desse ranking são da região Norte: Roraima (R$ 9,74 bi), Amapá (R$ 13,40 bi) e Acre (R$ 13,46 bi).A Região Nordeste apresentou maior crescimento do PIB dentre as regiões brasileiras (2,8%), alcançando aproximadamente R$ 805,1 bilhões. Os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará apresentaram os maiores PIBs regional enquanto o estado do Piauí apresentou maior crescimento, 5,3%, se comparado com o PIB do ano imediatamente anterior. O maior PIB per capita da região permanece sendo o de Sergipe, com R$ 16.882,71 bem acima da média regional (R$ 14.329,13), mas bem abaixo da média nacional (R$ 28.500,24). Sergipe e Pernambuco apresentaram as menores taxas de crescimento em 2014.

 

Brasil, Regiões e

UF’s do NE

Preços Correntes 2014

(R$ 1.000.000)

Variação Real – % (2014/2013) População Residente 2014 (1.000 habitantes) PIB per capita 2014 Ranking

Nordeste do PIB per capita

Brasil 5.778.953 0,5 202.769 28.500,24  
Sudeste 3.174.691 -0,5 85.116 37.298,57  
Sul 948.454 -0,1 29.016 32.687,15  
Centro-Oeste 542.632 2,5 15.220 35.653,48  
Norte 308.077 3,0 17.231 17.879,20  
Nordeste 805.099 2,8 56.186 14.329,13  
 Sergipe 37.472 0,4 2.220 16.882,71
 Pernambuco 155.143 1,9 9.278 16.722,05
 Rio G. do Norte 54.023 1,6 3.409 15.849,33
 Bahia 223.930 2,3 15.126 14.803,95
 Ceará 126.054 4,2 8.843 14.255,05
Paraíba 52.936 2,9 3.944 13.422,42
Alagoas 40.975 4,8 3.322 12.335,44
Piauí 37.723 5,3 3.195 11.808,08
Maranhão 76.842 3,9 6.851 11.216,37

Fonte: IBGE/Contas Regionais 2014.

CRÉDITO PRESUMINDO NA CADEIA PRODUTIVA DO COCO EM ALAGOAS – Na última sexta-feira, 02/12, o governador das Alagoas, Renan Filho, assinou decreto que busca fomentar a competitividade da cadeia produtiva do coco em Alagoas. Com o decreto, as operações internas com coco verde e coco seco passam a ter aplicação de crédito presumido, incentivando o consumo da produção alagoana pelas indústrias que utilizam a matéria-prima.

CHINESA ASSINA MEMORANDO PARA PROJETO DE REFINARIA NO CEARÁ – A empresamultinacional chinesa Guangdong Zhenrong Energy assinou Memorando de Entendimento com o Governo do Estado do Ceará, para realização de estudo sobre o projeto da refinaria do Ceará. O empreendimento no estado está incluído dentro de um acordo Brasil-China, assinado no ano passado, e deverá ser financiado por bancos chineses. O empreendimento, que estará dentro da nossa Zona de Processamento de Exportação, deverá gerar pelo menos 10 mil empregos na fase de construção e 8 mil postos permanentes entre diretos e indiretos. A assinatura do memorando de entendimento foi realizada em Guangzhou, na China. Se concretizada, a previsão é de que a unidade de refino produza até 300.000 barris/dia, com investimento de 4 bilhões de dólares.