Exportações do Nordeste despencam 12,6% em 2016, mas sobem em Sergipe, Ceará e Pernambuco


Thiago Oliveira e Ricardo Lacerda

Por conta principalmente da forte estiagem que afetou produção de grãos na região, as  exportações nordestinas  caíram de US$ 14,6 bilhões em 2015 para US$ 12,8 em 2016. As maiores quedas em termos absolutos aconteceram na Bahia e no Maranhão e em termos relativos no Piauí (56,5%), Alagoas (37,5%) e Maranhão (27,6%).  De outra parte, as exportações subiram em 2016 em Pernambuco, 35,5%, principalmente por conta das vendas da Refinaria de Suape, Ceará, 23,7%, e Sergipe, 18,5%, nesse último caso por conta da recuperação nas exportações de cítricos.

Exportações em 2015 e 2016, em USS milhões

NO_UF 2015

Em US$ milhões

2016

Em US$ milhões

TAXA 2016/

2015

BRASIL 191.134 185.235 -3,1%
REGIAO NORTE                                           13.207 12.888 -2,4%
REGIAO NORDESTE 14.655 12.814 -12,6%
MARANHÃO 3.050 2.210 -27,6%
PIAUÍ 402 175 -56,5%
CEARÁ 1.046 1.294 23,7%
RIO G. DO NORTE 318 285 -10,5%
PARAÍBA 142 121 -14,2%
PERNAMBUCO 1.047 1.418 35,5%
ALAGOAS 672 421 -37,4%
SERGIPE 96 113 18,5%
BAHIA 7.883 6.777 -14,0%
REGIAO SUDESTE                                         94.442 91.843 -2,8%
REGIAO SUL                                             40.071 39.343 -1,8%
REGIAO CENTRO-OESTE                                    23.972 22.755 -5,1%
REGIAO NAO DECLARADA                                   4.787 5.593 16,8%

Fonte: MDIC-SECEX

COMPANHIA SIDERÚRGICA DO PECÉM  ALCANÇA 1 MILHÃO DE TONELADAS DE AÇO – A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) registrou um milhão de toneladas de placas de aço produzidas na planta da aciaria, no último dia 28 de dezembro. O marco de um milhão de toneladas de placas de aço foi alcançado em 191 dias, entre 20 de junho e 28 de dezembro. Outros registros importantes ao longo deste ano foram a produção inédita no país da placa de 300mm de espessura pelo processo de lingotamento contínuo que, em janeiro de 2017, seguirá para a República Checa; e 16 navios embarcados pelo Porto do Pecém com cerca de 700 mil toneladas de placas de aço exportadas para mais de 10 países, entre eles, Marrocos, Itália, Turquia, Indonésia, México, Estados Unidos e Coreia do Sul.

EMPREGO FORMAL CONTINUA CAINDO EM NOVEMBRO – O mercado de trabalho brasileiro continua desaquecendo, segundo o IBGE, a taxa de desocupação do trimestre móvel de setembro a novembro de 2016 (11,9%) foi a mais elevada desde o início da série, em 2012, embora tenha ficado estatisticamente estável em relação à taxa do trimestre móvel de junho a agosto de 2016 (11,8%).  Os dados referentes à geração de emprego, divulgados pelo Ministério do Trabalho, apontam para o desligamento de 116.747 trabalhadores em novembro, chegando a 858.333 trabalhadores desligados no ano. Apenas três estados brasileiros apresentaram saldo positivo na geração de empregos, quais sejam: Rio Grande do Sul (1.191), Alagoas (284) e Sergipe (116). Os demais estados apresentaram saldo negativo.

 Nível Geográfico Novembro 2016 Jan/Nov 2016
Brasil -116.747 -858.333
Região Sul -7.289 -60.536
Região Sudeste -65.727 -530.005
Região Centro-Oeste -20.232 -25.193
Região Norte -9.499 -59.088
Região Nordeste -14.000 -183.511
       Maranhão -1.748 -13.531
       Piauí -41 -10.718
       Ceará -665 -30.932
       Rio Grande do Norte -820 -12.502
       Paraíba -347 -7.888
       Pernambuco -3.232 -34.077
       Alagoas 284 -10.083
       Sergipe 116 -12.868
       Bahia -7.547 -50.912

Fonte: MTE/EEC

 

CEARÁ TERÁ R$6 BILHÕES EM INVESTIMENTOS PRIVADOS – O volume de novos investimentos no Ceará por parte da iniciativa privada, projetado em protocolos de intenção firmados em 2016, chega a R$ 6,01 bilhões. O montante, o maior dos últimos dois anos, é referente a 37 pleitos aprovados pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial (Cedin) em 2016, com expectativa de 3.710 empregos diretos. Os valores de 2016 superam em torno de 30% os do ano anterior, quando os protocolos assinados previam R$ 4,63 bilhões em investimentos. Em relação a 2014, cujo aporte foi de R$ 2,93 bilhões, o acréscimo foi em torno de 205%. Os investimentos deste ano são de empresas do setor de energias renováveis, metalmecânica, alimentos, calçados e componentes, produtos químicos, gás natural e outros. Além da Região Metropolitana de Fortaleza, estão sendo contemplados municípios do Interior, como Barbalha, Forquilha, Irauçuba, Icapuí, Juazeiro do Norte, Sobral, Várzea Alegre e Viçosa do Ceará.

DÍVIDAS DOS ESTADOS NO NORDESTE – O endividamento dos estados com a União soma hoje mais de R$ 472 bilhões, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central, referentes ao mês de outubro de 2016. Os estados de São Paulo (R$ 220,1 bilhões), Minas Gerais (R$ 77,3 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 57,3 bilhões) são os principais devedores do Tesouro Nacional e respondem por aproximadamente 75% da dívida dos estados brasileiros com a União. Os estados do Nordeste, juntos, somam R$ 19,8 bilhões.

Dívida dos estados do Nordeste

UF Tesouro Nacional
Alagoas R$ 6.536.884.906,84
Bahia R$ 4.665.473.976,11
Pernambuco R$ 3.242.314.564,68
Ceará R$ 1.484.773.532,03
Maranhão R$ 1.480.104.561,19
Paraíba R$ 1.095.042.332,52
Sergipe R$ 1.057.913.666,60
Piauí R$ 202.938.034,34
Rio Grande do Norte R$ 50.256.207,59

Fonte: BCB

NOVA LINHA DE ENERGIA PARA A FÁBRICA DA JEEP EM GOIANA (PE) – O governo do estado de Pernambuco já deu ordem de serviço para construção de um sistema de transmissão que inclui uma linha de transmissão de energia de alta tensão (230 KV) que terá 32 quilômetros de extensão e a finalidade de melhorar a oferta de energia para o polo automotivo de Goiana, na Mata Norte do Estado. O investimento do estado é de R$ 71,5 milhões e é uma das principais contrapartidas do governo para instalação da fábrica da Jeep, em Goiana.  As obras devem começar em março/abril de 2017 com prazo de conclusão para o segundo semestre de 2018.

EM DEZEMBRO, PREÇO DA CESTA BÁSICA RECUA EM TODAS AS CAPITAIS DO NORDESTE – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) informou que em 2016 o valor da cesta básica aumentou nas 27 capitais do país onde realiza a pesquisa. As maiores altas no ano foram registradas em Rio Branco (23,63%), Maceió (20,69%) e Belém (16,70%) e as menores variações, em Recife (4,23%), Curitiba (4,61%), São Paulo (4,96%) e Campo Grande (5,04%). Ao final do ano, Recife e Aracaju contavam com as cestas básicas mais baratas entre as capitais pesquisadas, enquanto em Porto Alegre e Florianópolis elas apresentavam os preços mais altos. No mês dezembro, o preço da cesta caiu em 25 das 27 capitais pesquisadas. Aracaju (-5,11%), Campo Grande (-4,16%) e São Luís (-4,13%) registraram as quedas mais acentuadas no mês.  A cesta básica caiu de preço em todas as capitais do Nordeste, no mês de dezembro, mas apresentou incrementos expressivos no acumulado de 2016.

 

Capital Cesta Básica em dezembro

(R$)

Dezembro

(%)

Ano

(%)

Recife 347,96 -1,45 4,23
Aracaju 349,68 -5,11 14,37
Natal 351,96 -0,74 12,64
Salvador 355,15 -1,01 13,02
São Luís 356,07 -4,13 8,73
João Pessoa 366,16 -1,21 12,76
Teresina 378,95 -1,19 10,29
Maceió 391,56 -1,84 20,69
Fortaleza 394,19 -3,03 15,02

Fonte: Dieese