Uso de tecnologia aumenta a produção de leite em Sergipe

As ações acontecem por meio do Sebraetec, um programa criado pelo Sebrae para facilitar o acesso dos pequenos negócios às novas tecnologias

Uso de tecnologia aumenta a produtividade de leite em Sergipe
Imagem: Agência de Notícias do Governo do Estado de Sergipe

Produtores rurais sergipanos estão investindo em técnicas de melhoramento genético para melhorar a produtividade do rebanho. Com emprego de tecnologias avançadas eles estão conseguindo aumentar a produção de leite nas propriedades, além de obter uma nova fonte de renda com a comercialização das espécies geradas a partir da transferência de embriões.

As ações acontecem por meio do Sebraetec, um programa criado pelo Sebrae para facilitar o acesso dos pequenos negócios às novas tecnologias. A iniciativa viabiliza a utilização por parte de pequenos produtores de modernas técnicas de reprodução de gado leiteiro, como é o caso da inseminação artificial por tempo fixo (IATF) e a avançada fertilização in vitro (FIV).

O material genético de espécies zootecnicamente superiores é utilizado na fertilização de novos embriões, gerando assim animais mais adaptados ao clima de cada região. Para realizar o procedimento, uma equipe de veterinários visita as propriedades para identificar as vacas aptas a receber os embriões.

Após essa análise, o trabalho segue no laboratório. O material é obtido a partir de vacas dos principais rebanhos nacionais, que são acasaladas com sêmens provenientes de touros que possuem qualidade genética comprovada.  Após a fertilização, os embriões são implantados nas receptoras, como se fossem barrigas de aluguel. Tempo depois é diagnosticada a gestação.

Essas novas espécies, além de garantir uma produção de leite até 50% superior àquela obtida pelos animais fecundados em condições normais, se transformam em uma importante fonte de renda para os produtores por conta do seu valor comercial.

Aumento de produção

No município de Poço Redondo, o produtor rural José Reis é um dos atendidos pelo programa. Seu rebanho é composto por cerca de 70 animais, sendo que quase metade deles é resultado das técnicas de fertilização in vitro proporcionada pelo Sebraetec. Reis conta que o acesso à nova tecnologia proporcionou um aumento de cerca de 50% na produção de leite na propriedade.

“Saltamos de uma média de 21 litros por animal para 32,8 em menos de três anos. É algo impressionante porque mostra que o investimento feito deu retorno. Hoje conseguimos obter cerca de dois mil litros diários, o que torna a nossa atividade rentável”.

A melhoria da qualidade do rebanho proporcionou ao produtor uma outra façanha: ele é um dos poucos no estado a conseguir realizar três ordenhas diariamente. Antes do programa, produtores como José Reis tentavam melhorar o rebanho com a utilização de espécies locais, de fazendas localizadas na própria região.

Esse tipo de seleção é lenta, pois tem que respeitar o intervalo de gerações, ou seja, a idade média dos pais na época da procriação. No caso dos bovinos, um programa de melhoramento tradicional envolve décadas de trabalho e pode não alcançar os seus objetivos. Um outro benefício trazido pela técnica é a redução de custos. Animais geneticamente modificados consomem a mesma dieta dos outros animais, com um menor custo de produção, já que produzem uma quantidade de leite superior.

Quem pode participar

Em Sergipe mais de 300 propriedades já foram beneficiadas pelo programa. Podem ter acesso aos serviços produtores rurais que possuam o Número de Inscrição na Receita Federal (NIRF) ou a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). A solicitação pode ser feita na sede do Sebrae ou em um dos escritórios da entidade localizados em Lagarto, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Propriá.

“O programa subsidia 70% do investimento para o melhoramento dos animais, cabendo ao produtor os outros 30%, sendo esse valor pago em até 10 vezes nos principais cartões de crédito. O procedimento de fertilização custa cerca R$ 1520 sendo que o produtor paga apenas 30% desse valor, ou seja, R$ 456.  Se embrião não vingar, o cliente é ressarcido dos valores referentes aos embriões não fertilizados”, explica Carina Marie, gestora do Sebraetec em Sergipe .

 

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