Crédito rural para municípios do Semiárido cresce 121,8%. Produção de milho e agricultura familiar são destaques de crescimento em 2017
Os produtores rurais de Sergipe receberam, em 2017, investimento total de R$ 249,2 milhões em mais de 20 mil contratos com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado exclusivamente pelo Banco do Nordeste. Segundo dados do BNB, a maior parte do crédito rural foi destinada à agricultura familiar e, em seguida, a mini e pequenos produtores rurais (MPPR).
O financiamento concedido em 2017 com recursos do FNE representa aumento de 16,9%, em relação ao valor contratado no ano anterior. Destaca-se a ampliação em 121,8% do valor liberado para o Semiárido (R$ 164,8 milhões).
Agricultura familiar
Aos agricultores familiares, foi destinado valor total de R$ 116 milhões, que corresponde a 46,54% dos recursos aplicados. O crescimento anual é de 13,72%. As informações são do gerente executivo estadual do Pronaf/BNB (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), Volnandy Brito.
“A agricultura familiar tem um papel fundamental. As atividades agropecuárias produzidas por famílias que residem na unidade rural agregam valores aos demais segmentos rurais. É um tipo de produção que contribui para a economia no interior do estado e ajuda a ampliar a oferta de alimentos. Para o Banco do Nordeste é fundamental apoiar esse desenvolvimento”, afirma Volnandy.
Mini e pequeno produtor rural
Em termos de porte, o grande destaque é o setor de mini e pequenos produtores rurais (MPPR). A aplicação total foi de R$ 106 milhões, que equivale a 42,53% do montante financiado e crescimento anual de 7%. A faixa inclui os produtores com renda anual de até R$ 360 mil (miniprodutores) e renda de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões (pequenos produtores).
Em seguida, aparecem as aplicações voltadas a pequenos-médios, médios e grandes produtores rurais, que totalizam R$ 27,1 milhões.
Milho
Quanto à finalidade, a maior parte dos financiamentos (54%) foi destinada a custeio agrícola e pecuário, que totaliza R$ 135,4 milhões. As demais operações, configuradas como investimentos, somam R$ 113,8 milhões. Em todo o território sergipano, o principal produto financiado é o milho (R$ 94,5 milhões), responsável por 37,92% do total de aplicações.
“Quem produz o milho no estado de Sergipe está no Semiárido, mais precisamente em municípios do Sertão Ocidental do estado, como Carira, Simão Dias, Frei Paulo e Pedra Mole. A produção de leite, que passa de 800 mil litros por mês, também está no Semiárido. Entre os fatores favoráveis estão as condições do solo, do clima e a variedade de tecnologia empregada. Já no caso de cidades como Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha e Gararu, a produção de milho é destinada principalmente à reserva estratégica alimentar dos rebanhos”, explica o gerente estadual do Pronaf/BNB.
Para o superintendente estadual do Banco do Nordeste, Antônio César de Santana, “o aporte de recursos na agropecuária do estado demonstra o compromisso do BNB em apoiar este importante segmento da economia sergipana, com destaque para a cultura do milho e para a pecuária. Ressalto também que a cultura da laranja é fundamental para a nossa pauta de exportações, uma vez que o suco concentrado de laranja é o principal produto exportado por Sergipe”.
Regularização de dívidas
A Lei 13.340/2016 permitiu descontos de até 95% para dívidas rurais em atraso. Os produtores da Região nessa situação recorreram à rede de agências do BNB e o resultado é a regularização de 9.796 mil operações em Sergipe. Foram renegociados e/ou liquidados valores superiores a R$ 269 milhões, beneficiando cerca de 9 mil agricultores no território sergipano.
Ascom BNB