Agricultores familiares que recebem irrigação pública no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, receberão 100 análises de solo realizadas pelo Governo de Sergipe. Administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), o Perímetro Piauí se destaca pela produção de milho, mandioca, maracujá, batata-doce, entre outras culturas. Para esta ação, a Cohidro orienta os agricultores sobre os métodos de coleta, através de vídeos educativos ou auxílio presencial, além de receber as amostras de solo.
As análises serão feitas a partir de convênio entre a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), também vinculada à Seagri, e o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS). O objetivo é auxiliar o cultivo dos agricultores, determinando os melhores plantios para a área analisada e o tipo certo de adubação de correção, a partir dos resultados laboratoriais que indicarão a composição e a presença, ou não, de nutrientes naquele solo. Até dezembro, o Governo do Estado fará 3.786 análises. Destas, 1/4 será coletada na região do Semiárido e 3/4 na Região Citrícola, onde se inclui o Perímetro Irrigado Piauí.
As análises de solo, feitas antes de um novo plantio, oferecerão mais segurança e economia para plantar, acredita o irrigante Valmir Barbosa, do Perímetro Piauí. “Geralmente, acontece da gente plantar algumas culturas e termos perdas. Ficamos na dúvida se é o solo, praga, ou a [qualidade da] muda. Com a análise, a gente vai trabalhar com mais segurança, sabendo realmente o que está plantando e uma previsão da produtividade que podemos alcançar. Vamos até economizar, porque aplicaremos a adubação certa. Com certeza, vai economizar muito no bolso”, confia o produtor, que fez a análise numa área com mandioca, onde pretende replantar a raiz ou trocar por milho ou amendoim.
Técnico em Agropecuária da Cohidro, José Américo explica como é feita a coleta da amostra de solo. “Primeiro, escolhe um balde e uma ‘enxadeca’. Depois, tem que limpar uma área e faz uma cova em formato de V, com cerca de um palmo (22cm) de profundidade, para assim retirar a amostra de uma das paredes da cova, tirando uma fatia de terra de cima a baixo. O local só não pode ter formigueiro, ter recebido esterco ou ser ao redor de casa, pois mascara a amostra”. O técnico orienta ainda que a quantidade de amostras dependerá do tamanho da área, tendo como referência de 10 à 15 coletas por hectare. “Depois, mistura todas as coletas e limpa [tirando pedras, raízes, galhos e folhas], deixando apenas a terra. Finalmente, desta terra, escolhe cerca de 500g e entrega para a Cohidro, em uma sacola limpa e bem amarrada”, complementa José Américo. Após o recebimento, a Cohidro enviará as amostras para a Emdagro.
Aos agricultores que não sabem fazer a coleta de amostra de solo ou não têm acesso à Internet para assistir aos vídeos explicativos, produzidos e distribuídos via aplicativo de mensagem, os técnicos da Cohidro irão até os irrigantes. “Além de prestar orientações, a Cohidro acompanhará e fará todas as correções junto aos agricultores, após a análise dos resultados finais, que indicarão os nutrientes necessários para a terra ter melhor produtividade. Eles vão fazer a plantação de acordo com o que estiver necessitando. Foi um benefício bem-vindo, porque é gratuito e será de grande valia para a produção do perímetro”, destaca o gerente do perímetro irrigado Gildo Almeida.
O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, destaca a importância do Perímetro para o setor produtivo e ressalta que a ação é resultado do trabalho conjunto entre a Seagri e suas empresas vinculadas (Cohidro e Emdagro). “Esta é uma ação prioritária do Governo de Sergipe e é um exemplo de que, cada vez mais, estamos alinhados no diálogo entre Seagri e suas vinculadas. As análises de solo vão potencializar ainda mais a produção no Perímetro Piauí, em Lagarto, um dos quatro sistemas públicos de irrigação, que se destaca pela produção de milho verde, que atende mercados sergipanos e baianos, e também é exemplo de diversificação de culturas como mandioca, maracujá, batata-doce, entre outras culturas da agricultura familiar”, argumenta André.