Cooperativa de Campo do Brito vai exportar farinha para os Estados Unidos


Foto: Vieira Neto

A Coofama já comercializa cerca de 30 a 40 toneladas por mês para o mercado interno e agora exportará o produto para a Califórnia

De Campo do Brito para os Estados Unidos. A tradicional farinha de mandioca, presente no prato de quase todos os sergipanos diariamente, o alimento agora será, também, um dos produtos exportados de Sergipe. A entrada da Cooperativa de Produção, Economia Solidária de Agricultura de Campo do Brito (Coofama) no mercado internacional foi comemorada pelo secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Rural e da Pesca (Seagri), Zeca da Silva. Durante visita realizada ao grupo do agreste do estado, o gestor dialogou sobre o projeto e reforçou o apoio do Governo do Estado à cooperativa, que esta semana fará a primeira exportação da farinha para a Califórnia, nos Estados Unidos.

Foto: Viera Neto

O processo de exportação começou com o apoio do projeto-piloto desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com o analista e gerente da unidade de atendimento coletivo do Sebrae, Thiago Oliveira, o projeto selecionou três microempresas sergipanas, sendo uma delas a Coofama, com o objetivo de inseri-las no mercado internacional. “As pessoas passaram a consumir mais pela internet durante a pandemia. Com essa aceleração, percebemos que pequenas empresas poderiam se beneficiar dos ‘marketplaces’ ou plataformas de vendas on-line, como a Amazon, sem precisar exportar grandes volumes de produto para o mercado exterior”, explica.

Para a venda do produto, tiveram que criar uma loja virtual no site da Amazon americana. Foi preciso também ter o reconhecimento do selo da Federal Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos, que faz o controle dos alimentos. “Já temos a loja virtual, e enviaremos um volume pequeno da mercadoria, que ficará no galpão da Amazon. Dessa forma, facilitamos a entrega rápida do produto para cada compra”, comenta Oliveira.

Apoio

Segundo o analista, o apoio do Governo do Estado nesse processo é relevante. “O papel do Estado como parceiro é muito importante para ajudar pequenos negócios com bons produtos, como este, mas que dependem de regulação”. Para o gerente da Coofama, Luiz Carlos Santos, esse apoio promove visibilidade e destaque às pequenas empresas e cooperativas. “No nosso caso, podemos levar e trazer nossa farinha com isenção do ICMS, sem preocupação”.

Cerca de 20 produtores participam no trabalho de produção artesanal da farinha, que é produzida semanalmente nas casas de farinha da região, suprindo a demanda de outros municípios. “A cooperativa coleta a farinha na casa de cada proprietário produtor. Toda semana buscamos e empacotamos a farinha fresca que sai para a venda nas regiões do agreste, sertão e baixo sertão, e Aracaju”, comenta Luiz. E não para aí. A farinha já conquistou alguns mercados nacionais, como Salvador e São Paulo, onde é vendida por saco. A cooperativa já comercializa cerca de 30 a 40 toneladas por mês para o mercado interno.

Qualidade reconhecida

A grande aposta no mercado internacional será ganhar, em terras estrangeiras, o reconhecimento da qualidade que o produto já tem em Sergipe. “A farinha já é testada e reconhecida aqui no estado, o selo FDA valida o produto, que é feito com muito carinho e tradição. Temos uma consultora na área de alimentação para garantir a produção e exportação do melhor produto”, destaca Thiago.

Fundada em 26 de setembro de 2006, por meio do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS), desenvolvido pela Fundação Banco do Brasil, a cooperativa já tem tudo preparado, aguardando apenas a finalização de alguns documentos, para realizar o primeiro envio.

Apesar de estar voltado para o mercado internacional, o projeto que tem motivado os produtores deve impulsionar a economia local ao facilitar a venda para estados vizinhos e para a região Sul do país. “Esperamos que esse projeto se fortaleça, que gostem do nosso produto, que é genuinamente sergipano. Essa atividade, que gera tanta renda e mexe com a economia vai gerar ainda mais emprego e renda”, finaliza o secretário Zeca da Silva.

Ascom Seagri