Ação de ressocialização existe desde 2021 e ocupa quatro tarefas de terra do complexo penitenciário
Um projeto de ressocialização do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), localizado no município de São Cristóvão, completa dois anos com o engajamento de internos em hortas orgânicas e doando as produções para entidades religiosas e filantrópicas. Doze internos produzem as mudas, plantam e cuidam das quatro hortas orgânicas que ocupam quatro tarefas de terra dentro do complexo.
Nas hortas são plantadas cebolinha, seis tipos de pimenta, couve, alho-poró, coentro, salsa, pimentão, tomate, mamão, beterraba, manjericão, hortelã grosso, hortelã miúdo e quatro tipos de alface (roxo, americano, liso e crespo). São feitas seis doações semanais para entidades religiosas e filantrópicas. Também há a remição de pena. A cada três dias trabalhados, um é reduzido da pena.
O interno que coordena todo o trabalho nas hortas iniciou o projeto. Hoje, ele faz faculdade EaD de Serviço Social e também faz o curso técnico de agricultura. “Por eu ser dono de uma roça e fornecer alimentos, eu apresentei uma proposta onde a gente criasse uma horta de hortaliças no sistema prisional e que toda a produção fosse doada. Me foi dada a oportunidade de começar e hoje conseguimos produzir uma quantidade significativa de alimentos”, disse.
O interno também destaca a oportunidade de ressocialização através do trabalho. “É uma profissão bonita cuidar da terra e produzir alimento e, além de tudo, a gente não fica na ociosidade. A ressocialização da gente é muito importante. Já tem pessoas que trabalham com a horta aqui e se tornaram profissionais”, destacou.
De acordo com o diretor do Copemcan, Eden da Silva Santos, o trabalho feito no complexo como um dos projetos exitosos na ressocialização dos internos e ainda traz um grande benefício social com a doação do que é colhido. “As hortaliças são doadas para igrejas e entidades filantrópicas. Os produtos têm alta qualidade e é uma forma de estarmos ressocializando os internos. Alguns não sabiam mexer com a terra, começaram a atuar na horta e, quando saíram, continuaram na profissão de agricultor. Para nós é muito importante ver os internos aprendendo um novo ofício”, enfatiza.
Ascom Sejuc