Acadêmicos de áreas da saúde foram os que menos abandonaram os estudos durante a pandemia


Segundo o Mapa do Ensino Superior, a resposta é multifatorial, mas envolve diretamente as sucessivas oportunidades de acesso ao mercado de trabalho

Depois de dois anos de limitações e mudanças diárias impostas pela pandemia mundial provocada pela Covid-19, os cursos de graduação da área da saúde seguem apresentando a menor taxa de evasão estudantil. A constatação deste cenário educacional faz parte da mais recente pesquisa de campo realizada pelo Instituto Semesp, por meio da 12ª edição do Mapa do Ensino Superior.

 

Os registros divulgados pelo Mapa detalham que, por ser mais genérico e administrativo, a maior taxa de evasão está na área de gestão hospitalar (41,1%); já na modalidade Ensino a  Distância (EAD), gestão hospitalar segue com mais evasões (50,6%), e radiologia, com a menor (26,7%). Os dados têm como base a análise dos microdados do Censo da Educação Superior de 2020, período mais recente que o Inep disponibiliza. O Mapa também contempla análise de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, microdados do ENEM e do PROUNI, CAGED, Big Data Analytics, com alguns recortes de 2021 e 2022.

 

Paralelo ao mercado de trabalho em expansão, a coordenadora da área da Saúde da Universidade Tiradentes (Unit), professora Juliana Dantas, entende que outros aspectos contribuem para a notificação de dados positivos.

 

“A baixa evasão acontece por múltiplos fatores, que envolvem desde o sonho de criança ou adolescente em se matricular em cursos de graduação voltados para a área da Saúde, oportunidade de emprego e também o perfil social, de assistência. A bagagem adquirida aqui na Unit permite que o profissional saia graduado com amplas condições de pleitear espaço no mercado de trabalho, seja em departamentos particulares ou mesmo em processos seletivos simplificados e concursos públicos”, avalia Juliana Dantas.

 

Para a especialista, a crise sanitária provocada mundialmente pelo novo coronavírus resultou na valorização de todas as áreas da saúde, criação de novas clínicas e hospitais fixos ou temporários, bem como laboratórios e atendimentos virtuais. Diante de todo este movimento centralizado nas ações de combate à Covid-19, o mercado exige profissionais cada vez mais gabaritados e prontos para enfrentar situações de devastação sanitária. Da mesma maneira que o país permite e agrega um quantitativo maior de profissionais, ele também exige que estes trabalhadores apresentem capacidade técnica para atender as demandas diárias.

 

Não basta querer atuar em uma determinada área profissional; para ter acesso e manutenção desta linha funcional é fundamental aprimorar conceitos e as respectivas experiências. “É justamente isso o que está acontecendo em Sergipe e no Brasil. O mercado está enfrentando um momento multifatorial, mas ao mesmo tempo em que ele oferta emprego, também impõe que os candidatos às vagas estejam bastante qualificados”, destacou a coordenadora, que concluiu dizendo: A bagagem adquirida aqui na Unit permite que o profissional saia graduado com amplas condições de pleitear espaço no mercado de trabalho, seja em departamentos particulares ou mesmo em concursos públicos.”