Fazer a ponte entre prestadores de serviços a clientes através de um aplicativo para smartphone, de forma rápida, simples e com a menor interferência possível. Esse é o objetivo da Selar, uma plataforma multilateral desenvolvida por Roger Bueno, empreendedor e estudante de engenharia mecânica da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Segundo Bueno, a história da Selar começou a ser traçada em abril do ano passado. “Sempre tive o desejo de desenvolver algo que agregasse valor à sociedade, que desafiasse o status quo, mudando positivamente as vidas das pessoas, e que fosse muito maior que eu. No dia 16 de abril de 2021 identifiquei um problema na sociedade relacionado à digitalização de serviços. Foi aí que nasceu a Selar e marcou o início da minha jornada empreendedora”, relata.
O app funciona como uma vitrine para que os profissionais exponham seus dados de contato, suas redes sociais e detalhes do seu trabalho. Na mesma plataforma, clientes possuem livre acesso à lista de profissionais cadastrados. Em pouco mais de três meses de lançado, o aplicativo já tinha cerca de 900 usuários, mais de três mil interações e 400 profissionais e prestadores de serviços catalogados.
“Atualmente, o nosso foco é levar demandas aos profissionais cadastrados, ou seja, levar clientes para o aplicativo. Inicialmente lançamos o app com foco apenas na região da Grande Aracaju, mas o nosso objetivo é expandir para o cenário regional, alcançando outros estados do nordeste e, posteriormente, expandir gradativamente para a esfera nacional em um período de três anos. É, eu sei, muitos vão me chamar de sonhador, mas é como sempre digo: se não for pra sonhar grande eu nem levanto da cama”, declara.
Mas para desenvolver a plataforma, Roger precisou montar uma equipe que acreditasse na ideia e estivesse disposta a trabalhar no projeto. Formar o time, que atualmente conta com seis pessoas, foi um de seus grandes desafios. “O primeiro desafio foi montar uma equipe multidisciplinar que pudesse atender às demandas do projeto. Além de mim, que cuido do gerenciamento da equipe, temos dois desenvolvedores de aplicativos, um designer, um profissional das mídias sociais e outro de vendas. Construí uma equipe com pessoas sensacionais que acreditam muito em mim”, comemora.
“Acho que nasci empreendedor”
Quem vê Roger atualmente aos 27 anos, concluindo o curso de engenharia mecânica na UFS e empreendendo, pode nem imaginar o quão difícil foi o começo de tudo. Nascido em uma favela do Rio de Janeiro, ele se mudou para o litoral de São Paulo aos nove anos. Aluno de escola pública, começou a trabalhar aos 14 vendendo picolé na praia. Também foi monitor de festa infantil, garçom, ajudante de obra e zelador em um condomínio.
Em 2016 mudou-se com a esposa para Sergipe, ao passar no vestibular de engenharia. Para custear a transferência de cidade, Roger, que na época trabalhava como zelador, complementou a renda vendendo bebidas em shows que aconteciam no litoral norte de SP.
Roger conta que escolheu estudar e morar em Aracaju por se tratar de um local com custo de vida mais acessível e por ter sido aprovado em uma universidade pública. Além disso, os sogros dele já moravam por aqui. Ainda assim, o período de adaptação não foi fácil.
“Quando cheguei a Sergipe com minha esposa Tatiane, descobrimos que ela estava grávida. Então, em pouco tempo nosso filho Heitor chegou em nossas vidas. Passamos um perrengue danado, mas não desistimos. Vendemos doces na universidade para complementar a renda e, em meio a tudo isso, sempre tive um bom desempenho durante o curso”, recorda.
Feliz, agora que encontrou o caminho profissional que deseja seguir, Roger acredita ter nascido para empreender. “Acho que já nasci empreendedor, só demorei a perceber que é isso que eu quero fazer pro resto da minha vida. Sempre admirei as pessoas que já nascem decididas do que querem. Fulano nasceu para ser músico, ciclano nasceu pra ser jogador de futebol… E eu me sentia meio perdido sem saber o que nasci pra fazer, só ia deixando a vida me leva. Eu não enxergava o empreendedorismo como uma possibilidade de carreira, apenas como uma atividade paralela, e isso me fez perder boas oportunidades no passado. E foi isso que me levou a seguir o ‘modelo tradicional’ de entrar em uma universidade pra conseguir um emprego melhor”, diz.
Apesar de não querer seguir o “modelo tradicional”, Bueno reconhece a importância que a universidade tem em sua trajetória. “Não sou daqueles que condenam o ensino superior. Muito pelo contrário. A universidade foi muito importante para mim, pois foi lá que aprendi a ter autonomia para buscar conhecimento, conheci pessoas talentosas, participei de projetos e desenvolvi habilidades. Foi então que tive um momento muito bonito comigo mesmo, de autodescoberta, quando percebi o que nasci pra fazer. Eu sou empreendedor. E com as habilidades que desenvolvi e as pessoas talentosas que conheci, iniciei a empreitada da Selar. E está valendo à pena. Esse foi o caminho necessário para eu me descobrir”, finaliza.
Selar
Acessando o link www.selarservicos.com.br o usuário será direcionado para a loja de aplicativos de seu smartphone (Android ou iOS), onde vai poder baixar o aplicativo.
Para empresas interessadas em fazer parte do catálogo, o caminho é o mesmo. Basta baixar o app e cadastrar o perfil com a logo da empresa na foto. Vai informar a(s) atividade(s) que desempenha, dados de contato e redes sociais, e já ficará visível para clientes.